terça-feira, 7 de abril de 2009

Manchester is Manchester


O FC Porto pode estar muito perto de chegar às meias-finais da Champions. Depois do empate (2-2) desta noite em Old Trafford o sonho começa a ganhar contornos de realidade, sustentada numa exibição portentosa que, sobretudo nos primeiros 45 minutos, calou o Teatro dos Sonhos, deixando os adeptos do Man. Utd. a tremer de medo a cada investida de Hulk, Lisandro, Rodriguez e companhia.

No meu entender este jogo serviu ainda para consagrar Cissokho. O françês que o FC porto foi buscar a Setúbal esteve simplesmente impecável, quer a defender, quer a atacar, mostrando uma incrível serenidade para quem só tem 21 anos e na última época jogava na II Divisão de França. Fui céptico aquando da sua contratação, mas nesta altura só um tolo será capaz de negar a evidência. O FC Porto resolveu o problema na lateral esquerda e é agora uma equipa mais equilibrada.

Esta partida serviu ainda para comprovar aquilo que já se sabia: o FC Porto é a única equipa nacional de dimensão europeia. Este premissa ganha mais relevo quando Jesualdo decide fazer o óbvio e apostar na chamada equipa do costume, mantendo aquilo que é a identidade da sua armada, sem se amedrontar com o nome do oponente.

O crescimento e evolução destes jogadores é notável. Basta recuar uns meses lembrar dos 4-0 diante do Arsenal para perceber o que digo. O mérito só pode ser de Jesualdo Ferreira. Sou dos que acredita que o professor deverá deixar o clube e mantenho essa posição, embora fosse capaz de abdicar dela se o técnico continuasse com o espírito que tem tido desde o encontro com o Arsenal. Leia-se colocar a equipa do costume e não se encolher perante adversário de nomeada.

O FC Porto marcou cedo, podia ter feito o segundo e quiçá o terceiro. Ao invés Bruno Alves «ofereceu» o empate aos ingleses. Pensei nesse instante que a equipa ia quebrar, embalando o Man. Utd. para uma vitória. Não foi assim e o FC Porto continuou a dominar até final da primeira parte.

Porém, como disse um dia José Mourinho « Manchester is Manchester» e a reacção apareceu na segunda parte. Os ingleses pressionavam e Helton segurava o empate até 5 minutos do final altura em que Tevez fez o 2-1. Era inglório o resultado, mas penso que não seria injusto, embora o FC Porto tivesse merecido o empate conseguido por Mariano ao minuto 90. Um herói improvável que esta época tem sido para o FC Porto aquilo que Tarik foi em 2007/08.

O próximo episódio desta novela está marcado para quarta-feira no Estádio do Dragão. Diz a tradição que o FC Porto nunca perdeu em casa com um adversário inglês. Que a história se repita, mas é bom lembrar que «Manchester is Manchester».

Fica ainda mais uma sondagem: será o FC Porto capaz de afastar o Manchester da Champions? Eu acredito e vocês?

FOTO: AFP

2 comentários:

Jotas disse...

Empate justo, mas a haver um vencedor, esse teria de ser o Porto.
Destaque para Fernando, que grande partida e ainda Rodriguez e Lizandro, 2 quebra-cabeças para a defesa do Manchester, numa equipa que esteve toda ela tacticamente brilhante.

Luís disse...

evolução notável de facto
Candidato ao título, embora não seja, obviamente, favorito.


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