Ronaldo (ainda) tem destas coisas

Confesso que, quando o brasileiro Ronaldo «O Fenómeno» assinou pelo Corinthians, pensei que fosse o derradeiro passo rumo ao abismo de um dos maiores jogadores de sempre. Julguei que iria acabar esquecido, à imagem do que aconteceu a tantos outros, e que o resto da sua carreira fosse ser marcada por escândalos sucessivos, até que um dia, a história teria um final mais ou menos trágico.
Enganei-me e ainda bem. Ronaldo está a mostrar no seu país o porquê de ter assegurado um capítulo, quando um dia se escrever a história do futebol dos finais do século XX, início do XXI. Está a jogar, a fazer jogar e a brindar-nos semanalmente com golos. Alguns deles verdadeiras obras de arte, como de ontem diante do Santos. Fica o vídeo.

Vale a pena ver a cara de Rudi Voller

O autor do golo que podem ver no vídeo foi Sebastian Langkamp, defesa do Karlsruher, que diante do Bayer Leverkusen marcou um golo a 46 metros da baliza, quando apenas pretendia cortar um ataque adversário. É verdadeiramente incrível e a cara do técnico do Bayer diz tudo...

Bravo Salgueiros

O SC Salgueiros venceu ontem o Cruz, por 3-1, e garantiu a vitória na Série I, da II Divisão Distrital da AF Porto. Com estes três pontos, a nova formação do Salgueiros está a um pequeno passo de confirmar a subida à I Divisão e logo num ano marcado pelo regresso do clube ao futebol sénior. Agora terá que disputar com o Aliança Gandra o título de Campeão da II Distrital e a consequente subida embora, nos últimos anos, ambos os campeões de série tenham conseguido a promoção.
Tratando-se de um clube do qual me habituei a gostar, fruto da casa dos meus avós paternos ficar situada em frente ao antigo Vidal Pinheiro, não posso deixar de fazer esta referência. Fiquem com o impressionante vídeo da festa... é longo, mas vale a pena.

Pepe: Porque era impossível passar ao lado

A semana não foi boa para Pepe, defesa central da Selecção e do Real Madrid. Depois de ter cometido penálti, no jogo da passada terça-feira, agrediu a pontapé um jogador do Getafe e deu um soco a outro. Depois de expulso, ainda insultou o árbitro.

Já muito se escreveu sobre o assunto, pelo que não vou dissertar muito sobre o caso, apenas dizer que não tenho explicação para a atitude do jogador, que é certamente um dos mais correctos que já vi actuar.

Não vou entrar em grandes condenações, porque a justiça já o fez, não vou discutir a dimensão do castigo, vou apenas dizer que Pepe é um jogador enorme, que cometeu um acto inexplicável. Ao invés de o condenarmos, esta na altura de ajudar o jogador. Duvido que Pepe seja leitor deste espaço, mas fica o registo e um abraço numa hora difícil, a um dos jogadores que mais admiro pela sua postura.

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As lesões de Hulk e Lucho

E de repente, quando a equipa parecia caminhar de forma mais ou menos tranquila, para a revalidação do título perdeu, quase de uma assentada, dois dos seus principais jogadores. Falo naturalmente do FC Porto e das lesões de Hulk e Lucho. O argentino ficou fora de combate no encontro com o Manchester e o brasileiro lesionou-se diante do Estrela para a Taça.
Penso ser claro que, sem estes dois jogadores, o FC Porto ficará mais fraco. Mas a questão fundamental é: ficará tão fraco ao ponto de perder o título?
É esta a nova sondagem do Chuto de Letra. Participem!

A renovação de Moutinho

Não, Urreta e Fillipe Bastos não se tornaram grandes figuras do futebol do Benfica e, por isso, o blogue não foi encerrado. A ausência da última semana esteve ligada a falta de tempo devido a compromissos profissionais, que me obrigaram a este afastamento.

No regresso, pretendo falar da renovação de João Moutinho. Para mim, este acto da SAD sportinguista e do próprio jogador, deve ser lido como o antecipar do adeus do atleta. Não perceberam, eu explico. O contrato foi prolongado até 2014, a cláusula de rescisão foi fixada em 22,5 milhões de euros, tendo, em contrapartida, João Moutinho prescindido do direito a receber 10 por cento de uma futura transferência, bem como do direito a receber o montante correspondente a 10 por cento de uma eventual proposta, superior a 15 milhões de euros, que a Sporting SAD viesse a declinar.

A leitura que faço de tudo isto é que o atleta prescindiu de várias coisas, para facilitar a sua saída a breve prazo, com a curiosidade de no actual contrato constar que Moutinho abdica de 10 por cento de uma eventual proposta, superior a 15 milhões de euros, que a Sporting SAD viesse a declinar.

Numa altura em que o mercado está em baixa, a transferência não se fará por valores acima dos 20 milhões, por muito que a SAD tente esticar a corda. Moutinho acabará por sair de Alvalade, só espero que não seja para um qualquer clube de segunda linha, como o Everton, porque tem valor para estar num dos maiores clubes do Mundo. Lembro ainda que em Itália, um tal de José Mourinho quer montar uma equipa para atacar a Champions e Moutinho encaixaria no perfil de jogador preferido pelo técnico português. Isto claro, se a Europa do futebol não continuar a dormir, deixando escapar aquele que é ao mesmo tempo um dos melhores médios do panorama actual e um dos mais promissores, porque ainda tem muito por onde crescer.

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Quanto tempo demora (re)construir uma equipa?

É ideia mais ou menos pacífica que, para se construir uma equipa vencedor e capaz de apresentar bom futebol, que leve à conquista de títulos e boas prestações na Europa, é necessário dar tempo a dirigentes, jogadores e técnicos.

Confesso que não discordo totalmente da ideia de que a estabilidade e a aposta continuada e sustentada num determinado projecto é meio caminho para o sucesso. Mas quanto tempo é necessário? Uns meses? Uma época? Uns anos?

A verdade é que os três grandes do futebol nacional se debatem regularmente com este problema. Porém, por motivos diferentes. O Benfica desfez na década de 90 uma equipa fortíssima, que conquistava títulos e jogava futebol, mas ainda hoje está à procura de reconstruir essa equipa. Bem sei que há quatro anos o Benfica venceu um campeonato, contudo, essa equipa liderada por Trapatoni, não representava propriamente o ideal do que se espera de um Benfica à Benfica.

Em Alvalade, depois de um período de seca que durou 18 anos, consegui-se conquistar dois títulos em três anos. Seguiu-se um período em que, devido às finanças do clube, o Sporting foi «obrigado» a fazer uma aposta séria na sua formação. Da Academia saíram vários craques como Simão, Quaresma, CR7, Moutinho entre outros, todavia e apesar de boa parte do seu actual plantel ser constituído por elementos oriundos da formação, esta ainda não é uma equipa compatível com o que se espera dos leões, para quem vencer algumas Taças menores, nunca será sinónimo de sucesso.

Depois temos o FC Porto, grande dominador do futebol nacional desde o final da década de 70. Estamos a falar de um período de quase 30 anos em que os portistas já (re)construíram várias vezes o plantel, mantendo contudo a competência para voltarem a vencer. Vou reportar-me apenas aos últimos anos e à chegada de José Mourinho. O FC porto não ganhava o Campeonato há três épocas consecutivas, facto pouco comum em 30 anos, e ocupava o quinto lugar na tabela classificativa, tendo até em risco a qualificação para as competições europeias.

Devo referir que pensei na época que estaríamos a assistir ao revolucionar do nosso futebol e que o Sporting, o tal que tinha dois títulos nesses 3 anos, se preparava para assumir o «controlo» dos nosso futebol.

No entanto, Mourinho lá conseguiu o apuramento para a Europa e no ano seguinte, com jogadores vindos de locais recônditos, baratos e de clubes como o próprio Leiria, o Setúbal e até o Benfica, devolveu aos dragões a capacidade de continuar a dominar o nosso futebol e ainda por cima com reflexos na Europa.

Então, quanto tempo demora (re)construir uma equipa? A verdade é que pode demorar apenas alguns meses, desde que haja competência para o fazer. O FC Porto tem tido essa capacidade enquanto Benfica e Sporting vão tentando, mas não conseguem.

O exemplo perfeito é a actual temporada. Depois de perder a sua ala direita com as saídas de Quaresma e Bosingwa, às quais podemos juntar a transferência de Paulo Assunção, o FC Porto ficou com a equipa desfeita. Contudo, recorreu a jogadores completamente desconhecidos e que actuavam em campeonatos menores para se voltar a erguer.

O Benfica apostou na contratação de grandes estrelas, que nada acrescentaram ao seu futebol, endividando-se para conquistae uma competição menor como a Taça da Liga e, muito provavelmente, acabar no terceiro lugar do campeonato, sem direito a Liga dos Campeões. Ano após ano as promessas são imensas, mas os resultados são poucos, contudo, quem deve ser julgado por tal facto, continua a merecer a confiança dos adeptos, que demonstram, tal como quem manda no clube, uma fraca cultura de exigência.

Já o Sporting continua amarrado à questão financeira e vai esperando que os meninos da Academia se tornem homens, para poder vencer. Mais uma vez algumas competições menores que vai vencendo, têm servido para controlar os adeptos, que tal como os rivais da Luz, sofrem do mesmo síndrome de exigência.

O Sistema e o Apito Dourado podem dar muito jeito, mas se não houver competência para construir ciclicamente boas equipas, que garantam a conquista de títulos e encaixes financeiros regulares, seria certamente muito difícil ao FC Porto manter o nível elevado a que nos habituou.

Como colocar Ronaldo a jogar na Selecção

Depois de ter feito um dos melhores golos da história do futebol e ter ajudado a sua equipa a eliminar o FC Porto da Champions, Cristiano Ronaldo que, como se esperava, foi assobiado pelos adeptos da casa durante todo o jogo, disse no final do encontro que, quando assim é, joga melhor e até marca. Por isso, sugiro a todos aqueles que vão assistir aos próximos jogos da Selecção Nacional para que, quando CR7 tiver a posse da bola o assobiem como se não houvesse amanhã, talvez assim o Melhor Jogador do Mundo ajude mais a equipa de todos nós.

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Sobre o eclipse de Hulk

Confesso que já esperava. Apesar de lhe tecerem os mais rasgados elogios e de aclamarem o seu nome, muitos esperavam que tivesse uma noite má para virem a terreiro apontar-lhe o dedo. Esperava-se, justamente, que fosse ele a resolver, mas Hulk terá feito ontem o seu pior jogo desde que chegou a Portugal. É minha convicção que Hulk terá mesmo feito o seu primeiro jogo mau desde que assinou pelos portistas.

É verdade que deveria ter sido ele a sair para entrar Farias. É verdade que ontem nada lhe saiu bem. É verdade que errou demasiados passes. É verdade que desperdiçou muito jogo. Mas não é verdade que tenha sido por isso que o FC Porto perdeu. Assim como não é verdade que se possa pedir a um jovem de 22 anos, que tem no currículo passagens pelo Vitória da Bahia, pelo Kawasaki Frontale, pelo Cansandole Sapporo e pelo Tokyo Verdi e cuja formação foi feita no Vilanovense, que conquista o planeta. Pelo menos, ainda não é verdade que se o possa fazer.

Hulk evoluiu imenso desde que chegou ao Dragão e é hoje muito mais jogador do que em Setembro passado. Vai triunfar no futebol europeu e será a breve prazo (2 anos talvez) uma referência do futebol mundial, só que isto não vai acontecer de um dia para o outro, nem com o recurso a magia, por mais que às vezes pareça o melhor do mundo, não o é, ainda.

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A importância das vitórias morais

Nada melhor do que começar um post sobre a eliminação do FC Porto da Liga dos Campeões pelo Manchester United com os resultados na nossa última sondagem. Perguntamos aos leitores se os portistas seriam capazes de afastar o colosso europeu depois da brilhante exibição de Inglaterra. Os resultados são o espelho da confiança que reinava em torno da equipa de Jesualdo Ferreira: 45 leitores (72%) acreditavam nas hipóteses do campeão nacional e apenas 17 (28 %) afirmaram que não.

Devo salientar que, por motivos profissionais, não pude ver a partida de ontem, tendo acompanhado as emoções do encontro através do relato da TSF. Um golo do outro mundo de CR7 aos seis minutos acabou por esfumar as esperanças portistas de seguir em frente, contudo, esta eliminatória pode ser o início da consolidação do FC Porto como emblema de topo europeu e com capacidade para estar com frequência nos momentos decisivos da maior competição de clubes do mundo.

Com a supremacia que tem demonstrado dentro de portas, só resta aos portistas procurar crescer na Europa construindo equipas que possam repetir a cada época a boa prestação dos homens de Jesualdo Ferreira.

A queda aos pés do campeão europeu e mundial já era expectável, mas apenas antes da partida disputada em solo inglês, onde o FC Porto encostou durante quase toda a partida a equipa de Sir Alex às cordas. O jogo de ontem foi um pouco diferente mas não muito.

Anderson, Berbatov, Ferdinand e Giggs não são propriamente Evans, Scholes, Park e Fletcher. Ou seja, o Manchester que se apresentou no Dragão é seguramente mais forte do que o que vimos em Inglaterra. Porém, tal não impediu que os portistas se voltassem a bater de igual para igual, criando 5/6 oportunidades claras de golo que podiam muito bem ter-lhe dado o apuramento. Neste jogo, tal como há uma semana e sobretudo nos últimos 20 minutos, o Manchester foi empurrado para a sua grande área e foi mesmo obrigado a perder tempo. Só o FC Porto para o conseguir? Tenho que concordar. Em Portugal não há mais nenhuma equipa capaz de fazer igual aos dragões e na Europa há muito poucas. O Inter de Mourinho não o conseguiu.

Todavia, o 0-1 de ontem com a respectiva eliminação é tudo o que ficará para a história. De pouco serve dizer que o FC Porto foi mais forte que os ingleses e que merecia ter seguido em frente. As vitórias morais de pouco ou nada valem, a menos que delas se tire o respectivo aproveitamento.

O FC Porto voltou a aumentar o seu prestigio na Europa com uma equipa jovem e formada por jogadores que, na sua maioria, não têm qualquer experiência do que é jogar a este nível. Vários estavam na última época em equipas de 4ª categoria perdidos em Campeonatos secundários de França ou Japão.

De modo que, esta vitória moral, pode muito bem ser o início de um FC Porto com capacidade para, ano após ano, estorvar os colossos do Velho Continente. Segurando a base da actual equipa e contratando bem no próximo defeso, o FC Porto ganhará certamente essa capacidade aumentando as possibilidades de voltar a erguer a mais apetecida das Taças.

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FC Porto vs Man Utd: Muito mais que uma eliminatória

O FC Porto defronta quarta-feira o Manchester em partida da segunda mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Depois do 2-2 conseguido em Inglaterra à custa de uma exibição quase nota 20, os dragões têm boas perspectivas de apuramento. Se conseguir tal façanha, os azuis e brancos podem perfeitamente pensar num apuramento para a final, que estará só a dois jogos de distância, porém o jogo desta semana será muito mais do que uma eliminatória rumo às meias-finais.

Tudo porque além do apuramento, O FC Porto somará 15,5 milhões de euros em prémios na Liga dos Campeões se eliminar o Manchester United. Estes valores dizem apenas respeito aos prémios da competição, as quais serão somados as receitas de bilheteira e a fatia que diz respeito à distribuição dos direitos de televisão e de contratos publicitários. Até agora os dragões já asseguraram 12,5 milhões em prémios, sendo ultrapassados apenas pelo Bayern Munique (13,1 milhões) e Barcelona (12,8).

Num período de grave crise económica, este amealhar de vários milhões de euros pode ser o garante, que permita à SAD fazer um importante encaixe e «dispensar» as vendas de alguns dos seus mais importantes jogadores, de modo a garantir a sua sustentabilidade financeira. Além do mais, Pinto da Costa e companhia ganharão outros argumentos na hora de negociar as permanências e/ou saídas de atletas como Bruno Alves, Fernando, Raúl Meireles, Lucho, «Cebola» e Hulk, uma vez que a saúde financeira dos cofres do clube não dependerão das vendas dos respectivos passes.

Com isso o FC Porto dará um passo importante para manter em 2009/10 a base da actual equipa e a estabilidade que regra geral é apanágio ver-se no Dragão.

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Prometo...

A propósito do post anterior, surgiu na respectiva caixa de comentários um debate sobre as potencialidades dos jovens benfiquistas Urreta e Fillipe Bastos. Como já sabem defendo a sua dispensa no final da época por dois motivos: a pouca utilização só pode dar nesse cenário; nas poucas oportunidades que tiveram nunca mostraram nada que me leve a pensar que vão ser no futuro grandes estrelas. Contudo, há quem, com toda a legitimidade, embora eu não perceba o porquê dos argumentos, discorde da minha ideia. Por isso, prometo aqui solenemente que, se um dia estes dois meninos vierem a ser duas grandes estrelas do futebol do Benfica, encerro imediatamente este blogue.

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Por um Benfica mais forte em 2009/10

Como o título indica, neste texto irei expor as minhas ideias para que, na próxima temporada, o Benfica deixe de ser aquela equipa triste e que joga um futebol horrível que temos neste momento, e que consiga de facto cimentar as bases para poder efectivamente lutar pela conquista do campeonato.

Partirei do principio de que os encarnados não conseguirão conquistar o título esta época - essa é a minha convicção - e que, muito possivelmente, não conseguirão o acesso à Liga dos Campeões pelo segundo ano consecutivo, com o respectivo impacto negativo nas finanças da SAD, depois de uma época em que o Benfica muito investiu na sua equipa de futebol.

Deste modo, parece-me evidente que Quique Flores não terá condições de continuar. Vencer a Taça Cerveja Sem Gás é muito pouco para um clube da dimensão do Benfica. Ainda por cima, em termos de futebol jogado este será o pior ano do Benfica na última década. Para o seu lugar acredito que Rui Costa deveria apostar na contratação de um técnico português, conhecedor do nosso futebol e dos jogadores que por cá actuam, uma vez que não me parece que o Benfica vá conseguir contratar grandes nomes lá por fora, devido à falta de liquidez financeira para o fazer.

Sugiro Jorge Jesus, Manuel Cajuda e talvez até Manuel Machado. Os dois primeiros já fizeram coisas importantes com equipas de segundo plano e são homens experientes. Quanto ao técnico do Nacional, gosto da sua abordagem táctica aos jogos e apesar de já ter falhado em Guimarães, penso que é um dos técnicos portugueses que merecia a oportunidade num grande.

Relativamente ao plantel, tendo em conta que dificilmente o Benfica conseguirá um grande encaixe financeiro através da venda de jogadores, sugiro que Luisão seja transferido por uma verba entre os 5 e os 10 milhões de euros - no actual panorama de crise será complicado almejar uma verba maior. Ainda relativamente a saídas, jogadores como Balboa, Urreta, Fellipe Bastos e Bynia seriam dispensas óbvias.

Em sentido contrário, penso que o Benfica deveria começar por reforçar a sua lateral esquerda com as aquisições de Sílvio ao Rio Ave e de Evaldo ao Sporting de Braga, para o centro da defesa poderia chegar o peruano Rodriguez, colega de Evaldo no Braga. Já para o lado direito sugiro o empréstimo de Paulo Ferreira do Chelsea, desde que não signifique grandes gastos financeiros, ou então regresso de João Pereira. Como terceira hipótese apresento Vasco Fernandes do Leixões.

Devo dizer que estou a pensar num Benfica cujo sistema táctico seria preferencialmente um 4-4-2 losango. Primeiro porque o plantel não terá grandes alternativas para as alas e segundo porque, no mercado nacional, será mais fácil encontrar jogadores de qualidade para um sistema sem extremos. A tudo isto junto os laterais que enumerei mais Maxi, jogadores com boa propensão ofensiva e que dariam profundidade à equipa.

Assim, assegurar a contratação de um número 10 seria prioritário para lutar com Aimar pelo papel de organizador de jogo. Sugiro Luís Aguiar do Braga ou Ruben Micael do Nacional ou até mesmo os dois. Outro homem que recomendo é Bruno China do Leixões para ocupar o lugar de trinco, uma vez que estou a olhar para Katsouranis como um dos interiores.

No ataque, apostaria na contratação de Nené do Nacional, que seria um complemento ao «Plano A», que passaria por garantir a continuidade de Reyes, que nesta equipa iria jogar na frente de ataque, ao lado de um ponta-de-lança mais fixo como Cardozo ou Nené. Sobravam ainda Nuno Gomes cujo contrato deve ser renovado e claro, a alegria do povo, Pedro Mantorras. O angolano é importante para os adeptos e mexe com equipa sempre que salta para o aquecimento, seria uma opção para jogos teoricamente mais fáceis realizados na Luz.

Tendo em vista que o objectivo máximo passaria por chegar ao título, acredito que deste modo teríamos um Benfica mais forte na próxima época, com jogadores que mostraram o seu valor na nossa Liga. E vocês, o que dizem?

Manchester is Manchester

O FC Porto pode estar muito perto de chegar às meias-finais da Champions. Depois do empate (2-2) desta noite em Old Trafford o sonho começa a ganhar contornos de realidade, sustentada numa exibição portentosa que, sobretudo nos primeiros 45 minutos, calou o Teatro dos Sonhos, deixando os adeptos do Man. Utd. a tremer de medo a cada investida de Hulk, Lisandro, Rodriguez e companhia.

No meu entender este jogo serviu ainda para consagrar Cissokho. O françês que o FC porto foi buscar a Setúbal esteve simplesmente impecável, quer a defender, quer a atacar, mostrando uma incrível serenidade para quem só tem 21 anos e na última época jogava na II Divisão de França. Fui céptico aquando da sua contratação, mas nesta altura só um tolo será capaz de negar a evidência. O FC Porto resolveu o problema na lateral esquerda e é agora uma equipa mais equilibrada.

Esta partida serviu ainda para comprovar aquilo que já se sabia: o FC Porto é a única equipa nacional de dimensão europeia. Este premissa ganha mais relevo quando Jesualdo decide fazer o óbvio e apostar na chamada equipa do costume, mantendo aquilo que é a identidade da sua armada, sem se amedrontar com o nome do oponente.

O crescimento e evolução destes jogadores é notável. Basta recuar uns meses lembrar dos 4-0 diante do Arsenal para perceber o que digo. O mérito só pode ser de Jesualdo Ferreira. Sou dos que acredita que o professor deverá deixar o clube e mantenho essa posição, embora fosse capaz de abdicar dela se o técnico continuasse com o espírito que tem tido desde o encontro com o Arsenal. Leia-se colocar a equipa do costume e não se encolher perante adversário de nomeada.

O FC Porto marcou cedo, podia ter feito o segundo e quiçá o terceiro. Ao invés Bruno Alves «ofereceu» o empate aos ingleses. Pensei nesse instante que a equipa ia quebrar, embalando o Man. Utd. para uma vitória. Não foi assim e o FC Porto continuou a dominar até final da primeira parte.

Porém, como disse um dia José Mourinho « Manchester is Manchester» e a reacção apareceu na segunda parte. Os ingleses pressionavam e Helton segurava o empate até 5 minutos do final altura em que Tevez fez o 2-1. Era inglório o resultado, mas penso que não seria injusto, embora o FC Porto tivesse merecido o empate conseguido por Mariano ao minuto 90. Um herói improvável que esta época tem sido para o FC Porto aquilo que Tarik foi em 2007/08.

O próximo episódio desta novela está marcado para quarta-feira no Estádio do Dragão. Diz a tradição que o FC Porto nunca perdeu em casa com um adversário inglês. Que a história se repita, mas é bom lembrar que «Manchester is Manchester».

Fica ainda mais uma sondagem: será o FC Porto capaz de afastar o Manchester da Champions? Eu acredito e vocês?

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Mais um Apito Dourado?

O Boavista anunciou o abandono da direcção da Liga. Em conferência de imprensa, Álvaro Braga Júnior explicou que os motivos que levaram à saída do órgão estão directamente ligados aos erros de arbitragem de que, segundo o dirigente, o Boavista tem sido alvo.

O líder do emblema portuense acusa as arbitragens de estarem a proteger a Oliveirense, equipa que também está na luta contra a despromoção à II Divisão: "As últimas três jornada foram escandalosas. Há prejuízo claro na tabela em benefício da Oliveirense", afirmou Álvaro Braga Júnior, depois de enumerar os vários jogos em que a equipa de Oliveira de Azeméis foi beneficiada (Freamunde, Gondomar, Desp. Aves, Olhanense e o próprio Boavista).

O presidente do Boavista acusou ainda o presidente da Liga de estar metido em mais uma embrulhada do futebol nacional quando formulou a seguinte pergunta: "Gostaria de saber se Hermínio Loureiro, às 13h15 de domingo, três horas antes do jogo com a Olhanense, chegou, ou não, ao estádio da Oliveirense. Se chegou com outras pessoas, tocou a uma porta e, como não a abriram, fez um telefonema para poder entrar."

Ao que parece estamos perante mais um caso que vai fazer correr muita tinta no nosso futebol. Confesso que não acompanho com especial atenção o que se passa na II Liga mas envolvendo a Oliveirense, acredito que a razão esteja do lado dos boavisteiros.

Porquê? Simples. O presidente do emblema de Oliveira de Azeméis é um senhor chamado Eduardo Costa que foi condenado em tribunal por burla ao Estado em Março do ano passado, tendo sido em Julho do mesmo ano agraciado com vários milhões de euros provenientes do QREN, e considerado pelo nosso Governo como empresário modelo. Este individuo é ainda o proprietário do jornal O Primeiro de Janeiro, que em Agosto último despediu ilegalmente mais de 30 trabalhadores.

Ou seja, o presidente da Oliveirense não parece ser propriamente um tipo às direitas, pelo menos a julgar pelas notícias vindas a público sobre a sua pessoa, pelo que não me espantava nada se as acusações feitas pelo Boavista vierem a ser confirmadas.

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Leitores não acreditam no pleno

Encerrou hoje a última sondagem do Chuto de Letra onde perguntamos aos nossos leitores se a Selecção Nacional vai conseguir vencer todos os jogos até final do apuramento para o Mundial. Num total de 30 participantes, 25 (83 por cento) responderam que não e 5 (16 por cento) afirmaram que sim.
A minha posição é a de que a selecção vai conseguir vencer esses cinco jogos. Goste-se ou não do seleccionador, a verdade é que a equipa pratica melhor futebol e até tem criado as oportunidades suficientes para vencer os encontros, porém tem falhado sistematicamente na finalização. Mas isso não vai acontecer sempre.

Nuno Gomes castiga Ricardo Costa

O presidente da CD da Liga, Ricardo Costa, foi hoje castigado pelo avançado do Benfica, Nuno Gomes. Tudo aconteceu no Estádio da Reboleira onde os encarnados derrotaram o Estrela por 1-2, numa partida em que se marcaram três grandes penalidades, servidas por mais uma arbitragem bem à portuguesa.

Destaco o primeiro penálti assinalado pelo juiz da partida, que descortinou uma falta num lance entre Nuno Gomes e Ney Santos. A minha leitura é que Nuno Gomes se atrapalha e acaba por tropeçar nas pernas do homem do Estrela sem que este tenha feito qualquer falta que, a existir, até seria fora da grande área. Ou seja, estamos perante um caso semelhante ao que valeu um jogo de castigo a Lisandro Lopez.

Quero deixar bem claro que não defendo que Nuno Gomes seja castigado e espero que isso não venha acontecer, para que não funcione mais uma vez a «Lei da Compensação». Mas, como digo na abertura deste texto, este é um verdadeiro castigo para Ricardo Costa que em dois lances semelhantes terá que ter uma posição semelhante.

Como já aqui disse, castigar Lisandro foi um atentado à verdade desportiva e castigar Nuno Gomes será mais do mesmo. Mas se não o fizer, Ricardo Costa ficará em posição muito delicada, o mesmo vai acontecer se suspender o benfiquista. Como diz o povo, Ricardo Costa vai deitar-se na cama que fez e para piorar estou certo que o FC Porto vai pressionar para que Nuno Gomes seja castigado, complicando ainda mais a vida ao homem que lidera a CD da Liga.

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Pinto da Costa absolvido... outra vez

Pinto da Costa foi hoje absolvido no chamado «caso do envelope», bem como os arguidos António Araújo (empresário) e Augusto Duarte (árbitro), caindo assim por terra mais um processo relativo ao Apito Dourado.

O presidente portista estava pronunciado pelo crime de corrupção desportiva activa, tal como António Araújo, enquanto ao árbitro Augusto Duarte era imputado o crime de corrupção desportiva passiva.

A absolvição do líder portista não é para mim uma surpresa, primeiro porque um caso que é suportado pelo testemunho de Carolina Salgado não podia dar noutra coisa, tal é a falta de credibilidade da referida testemunha. Segundo porque os factos deste processo remontam ao encontro Beira-Mar-FC Porto (0-0), da 31.ª jornada da Liga de 2003/04, realizado em 18 de Abril.

Ou seja Augusto Duarte ou é burro, ou demasiado esperto, ou a sua seriedade é tanta que não pode ser posta em causa. Não perceberam, eu explico. O homem recebe 2500 euros para beneficiar o FC Porto num jogo que terminou 0-0 e não conseguiu arranjar um penálti que fosse para cumprir com o alegado suborno. É por estas e por outras que o Processo Apito Dourado perde credibilidade e os criminosos acabarão em liberdade.

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Ainda o castigo a Lisandro

Embora alguns leitores deste blogue não gostem, continuarei a defender que o castigo a Lisandro Lopez aplicado pela CD da Liga na sequência do FC Porto-Benfica é uma aberração. De tal forma que além do jogo de suspensão, o argentino foi condenado ao pagamento de uma multa de 750 euros.

Continuo também a defender que, na minha óptica, o árbitro Pedro Proença foi mais enganado pelo braço de Yebda no peito de Lisandro, do que pela queda do avançado. Contudo, Proença escreveu no relatório que vislumbrou uma rasteira do françês, algo que definitivamente não pode ter visto, porque simplesmente os pés/pernas dos jogadores tão pouco se tocam. Ou seja, qual Calabote, Proença mentiu no relatório de jogo ou então deu sérias provas de problemas de visão. Por conseguinte, deveria também ele ser multado, isto para não dizer que o correcto era que seguisse o caminho do Inocêncio.

Além disto, Lisandro cumpre em Guimarães um jogo de castigo por ter visto o quinto amarelo diante da Naval, por alegadamente ter simulado uma grande penalidade, que foi vista pela crítica como tendo mesmo existido. Ou seja, seguindo o critério da CD, Lisandro deveria então ser despenalizado deste amarelo e o árbitro Cosme Machado multado e ser colocado em água, que é como quem diz na jarra.

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O árbitro que corre mais que os jogadores

As imagens que podem ver neste vídeo ilustram uma partida dos escalões de formação do Ferroviário, clube que Mário Jardel representa actualmente. A dada altura de um jogo, o árbitro mostra o vermelho directo por agressão a um jogador da casa. Até aqui, tudo bem, o problema veio depois. Como sempre o jogador questionou o árbitro e este explicou porque motivo o estava a expulsar. O problema é que explicou literalmente, dando uma chapada no atleta. Depois veio a confusão, valeu ao árbitro o facto de estar melhor fisicamente do que os atletas do Ferroviário. Fiquem com o vídeo.

O anjo

O defesa senegalês do Rennes, Kader Mangane, foi suspenso pela comissão disciplinar francesa até dia 1 de Junho deste ano. Em causa está o cartão vermelho visto por Mangane a penalizar uma entrada duríssima sobre Jonathan Lacourt, médio do Valenciennes. Como resultado desta falta, Lacour sofreu uma fractura da tíbia e do perónio, sendo que o tempo de paragem deverá ser de um ano. A entrada é de facto de uma violência enorme e dói só de ver, mas não sei se impressiona mais a falta cometida por Mangane, se a cara de anjo deste ao ver o árbitro mostrar-lhe o vermelho. Fica o vídeo.

CD atenta contra a verdade desportiva

Há uns meses atrás Paulo Bento afirmou que o futebol português metia nojo, na altura fui um dos muitos que concordaram com o técnico sportinguista e daí para cá só tenho tido motivos para solidificar esta minha opinião. Então quando o assunto é a Comissão Disciplinar da Liga, a nojeira aumenta em proporção com a vontade e desejo de quem a lidera de assumir um protagonismo que todos dispensávamos.

Desde a afirmação de Paulo Bento, a CA brindou-nos com dois enormes escândalos: o castigo a Katsouranis na sequência de umas declarações proferidas aquando do encontro com o Nacional, onde acusava o árbitro Pedro Henriques de ter roubado o Benfica e agora o castigo hoje divulgado a Lisandro Lopez, que vai ficar um jogo na bancada (na realidade vai ficar dois porque já estava suspenso por ter visto o quinto amarelo) por ter alegadamente simulado uma grande penalidade no desafio com o Benfica realizado no Estádio do Dragão, que terminou empatado a uma bola.

O caso do grego é ridículo, porque punir um jogador dois meses depois de ter proferido umas declarações que podem não ter sido bonitas, mas que também não causaram nenhum espanto, só lembraria ao senhor Ricardo Costa.

Quanto ao argentino do FC Porto, parece-me que a estupidez foi levada ao limite, porque o lance está longe de ter uma interpretação óbvia e consensual e é um facto que existiu um braço de Yebda no corpo do avançado do FC Porto, contacto que só por má fé poderá ser negado.

Melhor do que ninguém, Pedro Proença estava em excelentes condições para avaliar o lance. Como já aqui escrevi não tenho dúvidas que o árbitro viu o contacto entre o braço do françês e o peito de Lisandro e, por isso, apontou para a marca da grande penalidade.

Errou? Muito possivelmente errou, mas é certo que no mesmo jogo, não assinalou um penálti sobre Lucho, que ao invés de se deixar cair, optou por seguir com o lance. Neste caso entendo então que Ricardo Costa deverá proceder imediatamente à atribuição de um louvor ao capitão portista, bem como despenaliza-lo da próxima vez que este tenha que ser castigado.

Além disto, lances como o de Lisandro acontecem aos «pontapés». Uns dão grande penalidade, outros nem por isso, uns dão direito a cartões, às vezes mesmo a expulsões, mas ninguém é castigado por isso. Então por que carga de água Lisandro tem que ser diferente?

A Comissão Disciplinar da Liga liderada por Ricardo Costa está a entrar por caminhos perigosos, que não só atentam contra a verdade desportiva, como abrem precedentes para outros casos. Um desses casos é o do jogador do Benfica, Di Maria, no encontro da final da Taça da Liga, que no lance mais discutido da contenda «pede» o penálti por alegada mão de Pedro Silva, que depois haveria de resultar em toda a polémica já conhecida, através da qual, certamente a CD irá aplicar duras sanções ao Sporting, sua equipa técnica e jogadores.

Mais uma vez reafirmo que este senhor e a sua CD não contribuem em nada para o bem estar do futebol em Portugal, atentando contra a verdade desportiva e prejudicando os mais variados emblemas, numa tentativa de mostrar uma isenção e credibilidade que há muito foram perdidas.

FOTO: AP

A caminho do Olimpo

No meio dos vários príncipes que encantam os amantes do futebol, há um que ameaça chegar aquele patamar que, até hoje, só Pelé e Maradona conhecem. Falo do argentino Messi. Apesar do ar franzino que faz com que pareça que se vai estatelar a qualquer momento, o craque do Barcelona tem por hábito fazer dos adversários uma «cabaça». Na última partida da Argentina diante da Venezuela não foi diferente e o astro voltou a mostrar que está a caminho do Olimpo. Vejam o vídeo das atrocidades que Messi fez aos adversários e aguardem pela última jogada, prometo que vai valer a pena.