quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

El increíble Hulk


"Rompeu o Atlético as vezes que quis, arrasando, impondo a potência que lhe dá um físico descomunal, ao que une um pé esquerdo que sabe o que é uma bola" - El País.

"Hulk, que quando arranca tem coisas do imparável Ronaldo dos tempos do Barcelona, mas em canhoto. Foi um pesadelo para a defesa colchonera onde espalhou o caos" - AS.

"As três oportunidades que Hulk organizou nos primeiros dez minutos podiam ter acabado com o jogo" - Marca.

"Hulk foi espectacular, pena que o dianteiro do FC Porto não tenha conseguido o prémio do golo, porque tornou o jogo um verdadeiro pesadelo para os defesas do Atlético de Madrid" - El Mundo Deportivo.

São os jornais espanhóis que o dizem. Ainda há dúvidas de que o FC Porto descobriu, perdido no Japão, um enorme talento do futebol?

FOTO: REUTERS

Assim vai o Sporting europeu...


Já defendi por várias vezes que o plantel do Sporting carece de estaleca e que se apaga nos momentos importantes. É assim dentro de portas, pois já por mais do que uma vez os comandados de Paulo Bento tiveram, ao longo dos últimos três anos, hipóteses de isolarem na liderança da Liga, mas teimam em escorregar desperdiçando tal oportunidade.

Porém, é na Europa do futebol que este aspecto mais se faz notar, sobretudo quando do outro lado estão alguns dos maiores colossos europeus. Esta época tem sido um bom exemplo disso, mesmo tendo em conta que o apuramento leonino para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões aconteceu pela primeira vez na história e que, por si só, é um elemento extremamente positivo.

No dia 27/08/08 o Sporting deslocou-se a Madrid para defrontar o Real numa partida amigável, tendo saído vergado ao poderio blanco, ao perder por 5-3. No dia 16 do mês seguinte, em partida da fase de grupos da Champions, Paulo Bento e os seus homens viajaram até Barcelona, onde perdeu por 3-1. A 26 de Novembro em novo combate com a equipa de Messi, o Sporting foi novamente afundado por um esclarecedor 5-2 em Alvalade.

O dia de ontem serviu para confirmar esta minha teoria. A jogar em casa, num momento histórico, os leões até se bateram bem até ao momento em que Derlei coloca a bola nos pés de Ribéry que arranca para o 1-0. A partir daí, a equipa nunca mais se encontrou e acabou humilhada por um 5-0 que a deixa sem hipóteses de discutir a eliminatória.

Assim vai o Sporting europeu e tudo começou ainda na era Peseiro, com a derrota na final da Taça UEFA, em casa, perante o CSKA de Moscovo. Este jogo parece ter deixado marcas profundas no universo leonino, que desde então teima em claudicar em momentos importantes das competições europeias, à imagem do que faz quando em jogo está a Liga nacional.

FOTO:AP

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

FC Porto: Recordar o Schalke 04 II


Quando foi conhecido o adversário do FC Porto para os oitavos-de-final da Liga dos Campeões tive a oportunidade de aqui fazer uma analogia com os acontecimentos da última edição da prova milionária.

Há um ano, a equipa de Jesualdo Ferreira também teve pela frente um adversário teoricamente mais fraco, mas acabou por ser eliminada em pleno Estádio do Dragão após o desempate na marcação de grandes penalidades, depois de ter passado os 90 minutos desse jogo a desperdiçar sucessivas oportunidades de golo perante uma frágil equipa do Schalke 04.

Escrevi na altura que este confronto com o Atlético de Madrid teria bastantes semelhanças com a eliminatória da última época e o jogo de ontem deu-me razão.

Este Atlético está mais do que ao alcance da equipa portuguesa, porém, o melhor que os azuis e brancos conseguiram foi um empate a duas bolas. Em condições normais, todos deveríamos considerar que se trata de um resultado bastante positivo e que abre grandes perspectivas de apuramento. Porém, embora concorde, tenho uma visão algo diferente.

Quase todas as épocas há uma equipa portuguesa que se destaca na Europa do futebol, mas que acaba eliminada. Normalmente ficamos com aquele sentimento que só as vitórias morais nos trazem: “Fomos eliminados, mas mostramos que somos superiores ao adversário”. É isto que tem acontecido às nossas equipas e que temo que volte a acontecer.

Ontem, o FC Porto fez um jogo quase perfeito, podia e deveria ter goleado, mas duas falhas defensivas quase deitaram tudo a perder. Este filme é recorrente nas prestações euefeiras das nossa equipas. Criamos um número de oportunidades suficiente para seguir em frente, mas os nosso jogadores teimam em não acertar na baliza. Do outro lado, não se joga tão bem, não se criam tantas oportunidades, mas quando elas aprecem são concretizadas.

É isto que tem feito a diferença e ontem assistimos a mais um destes episódios. O Atlético de Madrid não tem uma única oportunidade além do lance do primeiro golo e Helton tem o azar de dar um frango de proporções bíblicas, passando pelo jogo quase sem fazer uma defesa. A eliminatória está em aberto, quando deveria estar resolvida.

Até quando ficaremos com esta estranha sensação?
FOTO:AP

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Descubra os intrusos


A UEFA nomeou o árbitro português Olegário Benquerença para dirigir o jogo entre Chelsea e Juventus, relativo à primeira mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões.

O juiz de Leiria, que esteve sábado no dérbi Sporting-Benfica, terá José Cardinal e Bertino Miranda como árbitros assistentes, enquanto Bruno Paixão será o quarto árbitro.

Confesso que fiquei deveras surpreendido com esta nomeação do órgão que dirige o futebol europeu. De um lado o Chelsea, uma das melhores equipas da Europa, do outro a Juventus, outra das melhores equipas do velho Continente e no meio uma cambada de «tugas» incompetentes! Não percebi. Mas se calhar fui só eu que vi a arbitragem de Olegário no passado sábado e já nem falo nos trabalhos de Bruno Paixão.

Só espero não ter que vir aqui escrever sobre as asneiras do senhor Olegário, num jogo que tem tudo para ser um grande espectáculo.

FOTO:ASF

Ricardo no seu melhor

O guarda-redes português do Bétis de Sevilha, Ricardo, continua sem ter vida fácil. Depois de ter sido relegado para o banco da equipa espanhola, o que levou ao seu afastamento da selecção nacional, para a qual nunca foi convocado por Carlos Queiroz, o ex-Sporting tem sido aposta do técnico Paco Chaparro nas últimas rondas da Liga, mas neste fim-de-semana voltou a estar ao seu melhor nível.

Na goleada sofrida pelos sevilhanos na visita ao terreno do Real Madrid, por 6-1, Ricardo sofreu meia dúzia de golos em apenas 45 minutos. É certo que na maioria dos lances não tem culpa ou mesmo hipótese de defesa, porém, quando o resultado se encontrava em 1-0 para os madrilenos, decidiu oferecer o 2-0 a Huntelaar, após uma saída falhada a um cruzamento da direita.
Deixo-vos com o vídeo desse lance...

O despedimento de Lori Sandri


O técnico brasileiro Lori Sandri já não é treinador do Marítimo. A decisão foi tomada numa reunião entre treinador e o presidente do clube, Carlos Pereira, esta tarde. A derrota com a Académica, por 3-1, ontem em Coimbra, contribuiu para a saída de Lori do comando técnico dos madeirenses, lugar que tinha assumido no princípio da temporada.

Por várias vezes louvei aqui a coragem da direcção madeirense ao aguentar o brasileiro no cargo, após as primeiras jornadas do campeonato, nas quais o Marítimo acumulou duas derrotas e um empate, tendo pelo meio sido batido pelo Valência para a Taça UEFA, numa altura em que a contestação foi muito forte da parte dos sócios do clube.

Porém, a derrota sofrida em Coimbra acabou por levar Carlos Pereira a demitir o treinador. Um erro crasso, digo eu. Não sou a favor dos despedimentos de treinadores, porque raras são as vezes em que essa atitude ajuda a uma melhoria significativa das equipas e neste caso, parece-me totalmente descabido.

Vejamos o que dizem os números. À 19ª jornada o Marítimo ocupa o 7º lugar, somando 29 pontos, mais quatro do que Guimarães e Estrela e menos três do que Braga e Nacional. Ora se o objectivo traçado pelos insulares para esta época passa por garantir o apuramento para as competições europeias, porquê despedir um treinador que está a apenas três pontos dessa meta?

Não consigo compreender esta atitude. Mas há mais: à sua frente o Marítimo tem o Braga, que neste momento é claramente o quarto grande de Portugal, e o Nacional, equipa que, a meu ver, tem um plantel de maior qualidade do que o Marítimo. Depois há ainda um Super Leixões, que é a única equipa que, à partida, não entraria nestas contas.

Resumindo, no máximo, o Marítimo poderia estar um lugar acima do que o que ocupa neste momento, lutando, como o tem feito, com Braga e Nacional pela vaga na UEFA. Porém, a direcção do clube tem outro ponto de vista. Mas vai uma aposta que o substituto de Lori Sandri não conseguirá fazer melhor?

FOTO:AFP

Nem Moretto, nem Moreira, nem Quim...

Clássico à portuguesa sem polémica, convenhamos, não é clássico. Seguindo esta linha de pensamento, Olegário Benquerença decidiu estar à altura dos acontecimentos. Cometeu dois erros graves, ao não marcar dois penáltis. O primeiro favorável ao Benfica, por falta de Rochemback sobre Aimar. No final da primeira parte, aplicou a famosa lei da compensação e não vislumbrou o desvio de Maxi Pereira com o braço. Pelo meio não expulsou Luisão por agressão a Liedson.

Porém, este post não é sobre arbitragem. Numa altura em que a baliza do Benfica tem sido motivo de largas discussões, com uns a preferirem Quim e outros a defender Moretto, este encontro trouxe um inesperado candidato ao lugar.

Falo claro de Maxi Pereira. Como o vídeo documenta, o uruguaio fez uma excelente defesa evitando o golo do Sporting a remate de Izmailov, quando a partida se encontrava empatada a uma bola. Pela imagem, fico com a sensação de que o remate do russo só iria terminar a sua viagem no interior da baliza de Moreira, o que demonstra ainda toda a categoria de Maxi que, com um simples levantar de braço, impediu que o Sporting fosse em vantagem para o intervalo.

Fica o vídeo, à atenção de Quique Flores.

Números que provam muita coisa

Devido a uma lesão contraída no final da última temporada e que o impediu de estar na plenitude das suas capacidades no Euro 2008, a época de Cristiano Ronaldo apenas começou no dia 17 de Setembro, perdendo as primeiras quatro jornadas da Liga Inglesa e o primeiro jogo do Manchester na Liga dos Campeões, além de ter faltado à final da Supertaça Europeia.

Muitos duvidaram de que regressaria ao melhor nível - eu fui um deles - e que Messi seria facilmente o eleito para Melhor do Mundo de 2009, porém, os números provam o quanto estavam enganados.

Em 30 jogos CR7 venceu 21, empatou 8 e perdeu apenas um - diante do Arsenal. Nessas partidas jogou 2508 minutos, apontou 13 golos - 12 na Liga em 22 jogos e um no Mundial de Clubes - e fez 6 assistências para golo. Não está ainda ao nível da última temporada, dirão uns. Mas convenhamos que iguala-la será quase impossível. Penso que estes números mostram que Cristiano Ronaldo, tendo falhado o início da época, concretamente a pré-temporada, que é só o momento mais importante da preparação de um ano futebolístico, está a caminho da sua melhor e que, afinal, o argentino Messi, terá concorrência na eleição do Melhor do Mundo.

Fiquem com a última obra de arte do português.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Leitores acreditam em Nené


Encerrou hoje mais uma sondagem do Chuto de Letra. O goleador do Nacional, Nené, seria uma boa solução para os grandes? Esta foi a pergunta que levou a uma participação recorde nas nossas sondagens com 58 leitores a reponderem, sendo que 23 (39 %) consideram que sim, 10 (17€) entendem que não, 15 (25%) afirmam que Nené só serve o FC Porto, 5 (8€) que só encaixa no Benfica e outros 5 acreditam que Nené brilharia no Sporting.

Ao todo 48 leitores entendem que Nené tem qualidade para defender os grandes de Portugal, o que é um número bastante interessante, embora alguns ressalvem que o brasileiro só brilhará no clube certo. Pessoalmente acredito que este jogador tem qualidade para integrar o plantel de qualquer dos nossos grandes, embora o veja mais no Sporting. Penso até que será o jogador ideal para substituir Derlei, caso este abandone o futebol no final da temporada.

FOTO:DR

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Acorda Quique

O clássico apenas serviu para confirmar duas coisas sobre Quique Flores. Primeiro que vai manter a aposta em Suazo para a frente do ataque encarnado, até ao limite do razoável. Talvez por ter sido um jogador pedido por si? Não sei, mas creio que sim. O vídeo é apenas uma pequena prova de que Cardozo rende muito mais.

Segundo que se amedronta cada vez que defronta uma equipa com algum potencial. Foi assim com Galatasaray, Sp. Braga, FC Porto no Dragão e agora com o Sporting. Voltou a encolher-se e desta levou mesmo um banho de bola.

Fica ainda um reparo extra, David Luiz não é, nunca foi e já mais será uma boa opção para a lateral-esquerda. Pereirinha fez dele uma cabaça e tão pouco tempo esteve em campo.

E assim terminou o efeito Quique, agora resta mostrar trabalho, porque a liderança está agora mais longe.

Original Video - More videos at TinyPic

Que Grande Braga



O título não podia ser mais elucidativo, o Braga soma e segue na Taça UEFA. Os comandados de Jorge Jesus deram um "banho de bola", e estas foram palavras de Boloni, ao Standart de Liége, que é apenas o campeão belga em título e actual líder da mesma liga.

O Braga jogou que se fartou, não foram só os três golos que me chamaram a atenção, foi o fio de jogo, as oportunidades criadas, a qualidade que esta equipa apresenta em todos os sectores, senão vejamos, na baliza temos o actual titular da selecção nacional, Eduardo, na defesa temos um João Pereira em grande forma na lateral direita e um Evaldo que mais parece ter pilhas Duracel, visto que não falhou qualquer jogo desde o inicio da época, estes dois laterais apoiados pela experiência de Frechaut e pela velocidade de André Leone, que até fez um golo frente ao Standart. E é bom lembrar que se encontram lesionados Rodriguez, Moisés e Paulo Jorge. No meio campo temos um sempre regular Vandinho, e depois três médios de cariz ofensivo, o rapidissimo Alan pela direita, o técnicista César Peixoto pela esquerda e no apoio directo aos dois pontas-de-lança, Luís Aguiar, este uruguaio ainda vai dar que falar, tem estado muito bem a conduzir a manobra ofensiva bracarense. Lá na frente, Meyong, já não é surpresa para ninguém a eficácia do camaronês e uma das surpresas do campeonato, Rentería. Sobre o colombiano, uma vez um bom amigo meu disse-me que Rentería deve ser provavelmente o melhor ponta-de-lança do mundo, se estes não vivessem de golos. Mas o mais engraçado é que Renteria começa a aliar às boas exibições, os ditos golos. Será que estamos a assistir à afirmação de mais um grande ponta-de-lança do campeonato português? O tempo o dirá...

Uma palavra também para o técnico desta equipa, Jorge Jesus. É para mim, actualmente, um dos melhores treinadores portugueses. Jorge Jesus alia um excelente conhecimento técnico e táctico a uma coragem como não vejo desde os tempos de José Mourinho, basta ver o jogo do Braga em Milão para perceber do que estou a falar, um treinador que vai a San Siro jogar com cinco homens de ataque, e consegue bater-se de igual para igual com uma das melhores equipas do mundo, é de dar valor. Jorge Jesus terá para o ano um lugar garantido num grande...

Só esperemos que este Braga chegue muito longe na Taça UEFA... Força Braga!!!


FOTO: REUTERS

Outra Vez Hulk


Pois é, começam a escassear os adjectivos para qualificar as exibições deste brasileiro que o FC Porto foi resgatar ao Japão.
Hulk voltou a brilhar a grande altura frente o Paços de Ferreira, sendo mesmo o elemento decisivo da partida ao marcar um golo, por sinal um belo golo, e ao sofrer a grande penalidade que permitiu a Bruno Alves fixar o resultado final. Lembro ainda que apesar de Farías ter sido o melhor em campo no jogo frente ao Rio Ave, por ter estado envolvido directamente nos três golos, Hulk já havia feito uma excelente exibição.
Hulk leva já sete golos na liga, mas não é só de golos que vive este portentoso avançado, ele vive de fintas, de arrancadas explosivas, de velocidade, de força, de potência, se este brasileiro continuar a evoluir desta forma, estamos então perante um caso sério no futebol internacional.
A pergunta é, até quando o FC Porto conseguirá segurar este Super-Herói?? Como adepto de futebol e como português, só posso esperar que Hulk permaneça na Liga Sagres mais algum tempo, mas com toda a sinceridade, nao creio que isso seja possível.
FOTO: REUTERS

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ajudem o Ernesto


A pedido do nosso amigo FR, do Vila Real Sport fica aqui a história do atleta do Vila Real, que no início do ano perdeu quase tudo após um incêndio lhe ter destruído a casa.

Ernesto Correia, de 24 anos, residente em Sabrosa, Vila Real, e jogador do SC Vila Real, viu perder a sua casa, assim como tudo o que possuía, num incêndio, a 11 de Janeiro deste ano. Agora, a viver numa casa cedida pela Segurança Social e monetariamente dependente da ajuda dos amigos, foi protagonista de uma acção de solidariedade levada a cabo pelo SC Vila Real. Por azar, o jogo realizado no passado domingo, cuja receita revertia para o jogador, tornou-se numa batalha campal, passando de um jogo solidário para um jogo de violência.

Vila Real Sport (VRS): Ernesto, conte-nos como e quando ocorreu este infortúnio que lhe tirou praticamente tudo quanto tinha.
Ernesto: O incêndio deu-se no início do corrente ano. Eu estava ainda no jogo entre Vila Real e Vila Meã, quando a minha mulher me ligou, gritando que na nossa casa lavrava um incêndio. Na altura em que o fogo foi circunscrito, já tinha perdido tudo, ficando apenas com a roupa do corpo. Felizmente, tanto a minha mulher como a minha filha de 16 meses, não estavam no local, pelo que não sofreram quaisquer danos.

VRS: O que deu origem a este incidente?
Ernesto: A casa foi posteriormente analisada por quatro agentes da Polícia Judiciária, e concluíram que o que esteve na origem do incêndio foi uma sobrecarga de uma das tomadas da cozinha. Dentro da casa, para além de todos os meus bens, encontravam-se cerca de 3 mil euros, fruto de um pequeno negócio que possuo, e que arderam completamente.

VRS: Onde vive actualmente, e de que sobrevive?
Ernesto: Agora resido com a minha família numa habitação que me foi cedida
temporariamente pela Segurança Social, em Vilarinho de São Romão, no concelho de Sabrosa. Para além do meu emprego, vivo de pequenos contributos que me foram dados, por amigos e família.

VRS:Em relação ao SC Vila Real, conta com todo o apoio tanto por dirigentes como por colegas de equipa?
Ernesto: Os meus colegas deram-me todo o apoio, quanto à direcção do Vila Real foi incansável comigo, organizando um encontro cuja bilheteira reverteu para a minha causa (Vila Real – Oliveirense), apesar de no final não ter terminado como gostaríamos.

VRS: Este jogo de cariz solidário acabou por se tornar, no seu término, num jogo bastante violento, com agressões ao árbitro Rui Oliveira. O que pensa de tudo isto?
Ernesto: Foi lamentável o que sucedeu. Num jogo que tinha tudo para se tornar num grande espectáculo, com o público a aderir em massa, acabou por ser uma partida infeliz no final, com desacatos que poderiam ter sido evitados. Pode dizer-se que aconteceu na pior altura, até porque estávamos a recuperar de um mau momento, com lesões e castigos que nos impossibilitaram de ter melhores resultados. É frustrante, como jogador e entusiasta do futebol, presenciar cenários como este.

VRS: Voltando ao seu caso, ele foi bastante falado na Comunicação Social, e mais concretamente na blogosfera. Acompanhou a sua situação através da Web?
Ernesto: Sim, na altura falei com alguns jornais, e pude reparar que o meu caso foi acompanhado em alguns sites e blogs, onde foi abordado o tema do “futebol solidário”, e nos quais agradeço a atenção dispensada, neste momento tão complicado da minha vida.

VRS: Para terminar, e tendo em conta que acompanha o panorama da blogosfera nacional, considera que os Blogs começam a ocupar uma posição importante no desporto, em detrimento dos sites desportivos noticiosos?
Ernesto: Sim, sem dúvida. Os sites mais conhecidos têm na blogosfera um concorrente de peso, já que os cibernautas actualmente dão primazia a espaços onde possam expressar a sua opinião, e nesse aspecto é uma vantagem que os blogs têm a seu favor.

VRS: Ernesto, obrigado por nos conceder esta entrevista, resta-me desejar boa sorte para sua vida futura, e que a campanha que iremos fazer dê os seus frutos.
Ernesto: Eu é que agradeço pela ajuda, e deixo desde já minha palavra de apreço para todos os cibernautas. Obrigado.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Platini: Finalmente uma boa ideia, mas...


O presidente da UEFA, Michel Platini, apresentou finalmente uma boa ideia em prol do futebol. Tudo aconteceu no Parlamento Europeu, onde defendeu a introdução de tectos salariais e limites para as verbas envolvidas nas transferências de jogadores.

"Estamos a ponderar a ideia de limitar, até certo ponto, os gastos dos clubes, com salários e transferências. O limite será uma percentagem, ainda não decidida, dos lucros directos e indirectos". Esta foi a frase brilhante deixada pelo líder da UEFA, que se mostrou de tal forma preocupado com o que possa acontecer no futebol com a crise financeira, que afirmou que este "corre o risco de implodir".

Contudo, implementar esta ideia não será fácil. Primeiro, porque tem já a oposição da Associação Europeia de Clubes; segundo, porque fiscalizar uma situação destas é praticamente impossível, uma vez que há sempre a hipótese de serem efectuados pagamentos através de contas situadas em paraísos fiscais.

Resumindo, desta vez tentou, mas certo é que Platini continua sem acrescentar nada de positivo ao futebol desde que se tornou presidente da UEFA. Eu, que só assisti ao final da sua carreira e pouco me lembro de o ver jogar, tenho saudades daquele Platini que encantou plateias, mas deste, que teima em dizer baboseiras e nada fazer em prol do desporto rei, não sinto falta nenhuma.

FOTO: REUTERS

Sporting geriu mal o caso Vukcevic


Quando a história falar sobre a prestação Sporting em 2008/09, há um nome que será referência obrigatória, o de Simon Vukcevic. O montenegrino começou a temporada com problemas disciplinares que tardaram em ser resolvidos e mostrou, por várias vezes, a vontade de deixar Alvalade, sobretudo depois de ter sido relegado para o banco de suplentes.

Entretanto, o tempo foi passando e só em Dezembro é que a situação foi resolvida e Paulo Bento devolveu finalmente Vukcevic ao onze titular. Até à partida com o Estrela da Amadora, o montenegrino só havia sido utilizado em três partidas oficiais, sempre como suplente utilizado.

Contudo, a chegada do atacante à equipa coincidiu com o melhor período do Sporting nesta temporada. Em 13 jogos efectuados após a resolução do «Caso Vukcevic», a equipa de Paulo Bento venceu 9, empatou 3 e perdeu apenas por uma ocasião, tendo o jogador sido decisivo ao apontar seis golos.

O montenegrino é um dos melhores interpretes do nosso campeonato e é pedra fundamental na manobra da equipa sportinguista. Por isso, a estrutura do Sporting, podia e deveria ter resolvido este caso mais cedo.

Defendi sempre que Vukcevic deveria ser severamente punido, mas nunca deveria ter sido afastado da equipa por tanto tempo. Quantos pontos perdeu o Sporting por não ter o montenegrino em campo? Como estaria a classificação da equipa?

São perguntas que julgo pertinentes e para as quais ninguém tem respostas. Mas, sem querer roubar o papel à vidente Maya, julgo que este Sporting com Vukcevic a este nível, estaria seguramente na liderança da Liga.

O Sporting só perdeu com o «Caso Vukcevic. Não só não contou com um dos seus jogadores mais influentes durante boa parte da época, como não o conseguiu vender e realizar um precioso encaixe financeiro. Julgo até que o regresso do atleta no mês de Dezembro, foi uma tentativa desesperada por parte da estrutura leonina para tentar encontrar um comprador em Janeiro.
Contudo, o comprador não apareceu, para bem do Sporting, do nosso futebol e do próprio Paulo Bento.

Mas a perdas, são a meu ver maiores que os ganhos e mesmo que o Sporting se venha a sagrar campeão nacional, ficarei sempre com a sensação de que geriu mal o «Caso Vukcevic» penalizando a prestação da equipa tanto ou até mais do que as arbitragens.

FOTO: REUTERS

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O que é feito de... José Soares

Depois de algumas semanas sem aparecer por cá, por falta de tempo para investigar, regressa ao Chuto de Letra a rubrica «O que é feito de...». Hoje trago-vos a história de José Soares, defesa-central que representou o Benfica na década de 90.

Formado nos encarnados, José Soares foi uma das muitas esperanças do nosso futebol que nunca passou disso mesmo. Enquanto jovem foi internacional em todos os escalões, tendo mesmo participado no Mundial de sub-20 realizado no Qatar.

Dono de uma agressividade que marcou os grandes centrais daquela época, o jogador que hoje conta com 32 anos, chegou à equipa principal do Benfica em 94/95, tendo posteriormente sido emprestado ao Alverca até 98/99. Durante estes anos regressou por várias vezes à casa mãe, mas num período especialmente conturbado, era difícil para qualquer jovem conseguir agarrar um lugar no plantel.

No ano seguinte foi novamente cedido, desta feita ao Campomaiorense. Foi ao serviço dos alentejanos que protagonizou com Jardel, na altura no FC Porto, o jogo que marcou a sua carreira, e porque não, a do árbitro Bruno Paixão. Nesse encontro cometeu pelo menos dois penáltis sobre o brasileiro, sendo que nenhum foi assinalado, e ainda o agrediu à bofetada. Mesmo assim conseguiu manter-se em campo e ajudar a equipa a vencer por uma bola a zero.

Na temporada seguinte rumou ao Aves e em 2001/02 deu início a uma aventura pelo estrangeiro que o levou a França, para actuar no Istres e à Alemanha, onde defendeu as cores do modesto Schweinfurt. Dois anos mais tarde os países árabes tornaram-se no “Eldorado” de José Soares. Al-Etiffaq da Arábia Saudita e o Al-Shamal do Qatar, foram os clubes que o acolheram até 2006/07, altura em que regressou a Portugal para jogar dois anos no O Elvas.

Esta temporada conseguiu finalmente jogar num grande país do futebol, embora num campeonato sem expressão. O Badajoz que milita na II Divisão espanhola.

Fome... de vitórias


O plantel do Estrela da Amadora continua a sua epopeia no futebol nacional. Com vários meses de ordenados em atraso, a equipa orientada por Lázaro derrotou esta noite, no D. Afonso Henriques, o Vitória de Guimarães garantindo o apuramento para as meias-finais da Taça de Portugal, onde tem encontro marcado com o FC Porto.

O facto de ir encontrar os tricampeões nacionais quando está a apenas um jogo de chegar ao Jamor será certamente motivo de alegria para os homens da Amadora, que até têm por costume fazer a vida negra aos azuis e brancos.

O espírito de sacrifício deste plantel merece ser destacado, mas o que mais me impressiona é o profissionalismo e, porque não, o amor ao futebol destes jogadores, que preferem continuar a lutar, mesmo sem receber, a desistir e acabarem com mais um clube.

Muito se tem falado dos efeitos que esta situação tem provocado no plantel, com o drama a alastrar-se até a algumas famílias, mas nas quatro linhas, estes jogadores têm provado que a única fome que sentem é a das vitórias.

Na Liga seguem a meio da tabela e é minha convicção que, se Lito Vidigal não tem abandonado o barco, esta equipa daria muito mais. Até onde irá este Estrela, e até que ponto a Liga vai permitir que estas situações se continuem a passar no futebol português, só o futuro o dirá, mas a julgar pela disponibilidade dos atletas, só pode ser risonho.

FOTO:DR

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Quem é a figura da Liga?

Enquanto escrevia o post sobre o Beto, dei comigo a pensar: quem é a grande figura da Liga até agora? Pois bem, para mim, o jogador que mais espectáculo tem dado e que tem consigo aliar a este facto, a consequência das suas jogadas é, se calhar até algo surpreendentemente, Hulk.

O brasileiro que chegou à Invicta vindo do Japão, onde passou os últimos anos escondido entre a II divisão e um clube médio, é um autêntico fenómeno da natureza. Técnica, força, velocidade, dois bons pés, uma remate que tem tanto de bombástico, como de colocado, parece que nada falta a este jogador para que se possa assumir como grande figura dos tricampeões nos próximos anos.

Chegou individualista, mas cedo aprendeu que não jogava sozinho e tornou-se num caso sério, ao ponto de ser parte activa em quase todos os lances de perigo dos dragões. Ontem, fez mais uma excelente exibição. Ficou em branco, mas fez uma das melhores jogadas da Liga até ao momento...

O monstro

António Alberto Bastos Pimparel é uma das grandes figuras da Liga Sagres. Do alto do seu 1,80, tem garantido sozinho inúmero pontos para o Leixões, mantendo fechada, quase a cadeado, a baliza da equipa sensação da Liga. É ainda o jogador com mais tempo de utilização neste campeonato. Falo de Beto, o monstro de Matosinhos.

Senhor de uma agilidade fantástica, que lhe permite fazer muitas vezes defesas que pensamos impossíveis, o guardião leixonense caracteriza-se ainda por possuir um enorme sentido de baliza. É fantástica a forma como nunca perde a noção do espaço. Apesar de muitos o considerarem baixo, é dos melhores guarda-redes que temos por cá a sair dos postes, o que o torna num jogador completo.

Aos 26 anos, caminha a passo apressado para se tornar num dos melhores guarda-redes de sempre do futebol nacional. Apesar do recente sucesso que se acercou sobre ele, nunca perdeu a humildade e prova a cada jogo que passa, que é merecedor de todos os elogios.

Formado em Alvalade, não teve vida fácil para chegar ao principal escalão do nosso futebol, tendo defendido as cores do Casa Pia, na III Nacional, do Marco e Chaves na Liga Vitalis, até chegar ao Leixões, que ajudou a regressar à I Divisão.

Agora faltam-lhe apenas duas coisas: chegar a um grande e assegurar um lugar na selecção nacional. Duas pequenas coisas quando comparadas com a enorme categoria deste autêntico monstro das balizas e que acredito que em breve, deixarão de lhe faltar.

Fica um vídeo com as suas enorme defesas ao serviço do Leixões.

O advogado do Diabo


Finalmente uma semana tranquila. Os três grandes venceram os respectivos jogos, pelo que na frente da classificação continua tudo na mesma, mas curiosamente, todos tiveram que sofrer para conquistarem a vitória. Desta última jornada salta à vista o facto de FC Porto, Benfica e Sporting terem demonstrado uma enorme capacidade para superar situações adversas, sendo que dragões e leões tiveram mesmo de correr atrás do prejuízo.

Este foi também um fim-de-semana de bom futebol, comparativamente ao que temos vindo a assistir na Liga Sagres, desde logo com o Braga-Leixões, que abriu as hostilidades e mostrou um Beto de elevado nível. Os grandes, a espaços, também deram espectáculo e assistimos ainda a um fantástico Trofense-Naval. Quem diria?

A juntar a tudo isto, está o magnifico trabalho levado a cabo pelas arbitragens, que contribuíram para a melhoria do nível do futebol praticado pelas nossas equipas. Por isso, neste post vou fazer o papel de advogado do Diabo e celebrar a arbitragem.

Só que, de repente, acordei. E o que vi? Bem, mais do mesmo. No Belenenses-Sporting, Pedro Henriques, com o seu critério largo - em demasia, digo eu - errou na cor do cartão exibido a Rochemback aos 62 minutos, uma vez que o médio leonino agrediu um adversário e devia ter sido expulso. Porém, dez minutos antes, por indicação do auxiliar, validou indevidamente o golo de Marcelo, que se encontrava em posição irregular.

Já ontem, no FC Porto-Rio Ave, os dragões chegam à vantagem através de uma grande penalidade cometida por Gaspar sobre Farías. É evidente que há contacto entre o jogador do FC Porto e os dois adversários que o marcavam, porém, julgo que tal não justifica a decisão da equipa de arbitragem. Penso que este lance tem até muitas semelhanças com o disputado na última semana entre Lisandro e Yebda, onde há contacto, mas não o suficiente para a respectiva falta. Aliás, ao assinalar esta grande penalidade, Augusto Costa demonstrou uma manifesta dualidade de critérios comparativamente a um lance ocorrido na área contrária momentos antes.

Já no Benfica-Paços Ferreira e para fechar em beleza, quando decorria o minuto 80 e com o resultado em 2-1, é mal assinalado o fora-de-jogo a Aimar depois do argentino receber um passe de Di María que o deixou em zona frontal e com grande probabilidade de obtenção de golo.
Resumindo, mais uma vez as arbitragens influenciaram o desfecho final das partidas. Bem que tentei, mas assim, é impossível fazer o papel de advogado do Diabo.

O Estranho Caso de Ernesto Farias


Este post não vai ser sobre o jogo do Porto contra o Rio Ave. Vou deixar esse assunto para o meu amigo Saraiva. Este post será exclusivamente sobre aquela que foi a figura dessa partida, Ernesto Farías.

Farías sofreu a grande penalidade convertida por Lucho e ainda marcou os dois restantes golos dessa mesma partida, ficando assim intimamente ligado à sofrida vitória do FC Porto sobre o Rio Ave. O camisola 19 chegou ao Dragão na época passada e vinha rotulado pura e simplesmente como o segundo melhor marcador de sempre em actividade do campeonato Argentino, logo atrás de Martin Palermo. Ora, este rótulo devia ser mais do que suficiente para garantir um lugar na equipa titular do FC Porto, mas, para azar de Farías e sorte dos adeptos do Porto, havia um senhor chamado Lisandro López que não estava a dar hipótese a concorrência, fazendo com que Farías aparecesse apenas esporadicamente na equipa, ainda assim, "Tecla" fez seis golos num total de vinte aparições na equipa em todas as competições, e esta época leva quatro num total de treze.

Mas a questão que coloco é a seguinte, um homem que faz golos que se farta na Argentina, que convenhamos é um excelente campeonato, provavelmente melhor do que a nossa Liga Sagres, chega aqui a Portugal e é apenas mais um suplente que vai entrando de vez em quando??

A minha opinião é a seguinte, de facto Farías está "tapado" no FC Porto, por Lisandro, Rodriguez e Hulk, porque caso não existissem estes três jogadores no plantel do campeão nacional, Farías seria com toda a certeza um caso sério no campeonato português. Mas, como não é o caso, Farías terá mesmo que esperar que surjam mais oportunidades para brilhar. E eu, se fosse o Professor Jesualdo Ferreira, voltaria a apostar em Farías na partida frente ao Paços de Ferreira, visto que Lisandro continua em perigo de exclusão e Farías já provou dar garantias no lugar de ponta-de-lança.


FOTO: PAULO DUARTE

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Obrigado FR


Certamente repararam que a imagem do blogue sofreu esta semana uma alteração, com a introdução de um novo banner no cabeçalho. Esse banner foi feito por mim, um leigo em matéria de edição de imagem, pelo que fiquei até bastante satisfeito com o resultado final, embora reconheça que se tratava de um trabalho amador, e porque não, mau.

Vai daí o nosso amigo FR do Vila Real Sport teve a gentileza de se oferecer para desenvolver uma imagem mais atractiva e profissional. Quero destacar que o FR tomou esta iniciativa de livre vontade e de uma forma despretenciosa e gratuita, provando que o mundo da blogoesfera além de ser um excelente ponto de encontro de discussão de ideias, também se destaca ao nível das relações humanas, mesmo, e como acontece neste caso, que as pessoas nunca se tenham visto.

Podem ver o seu excelente trabalho no cabeçalho.

OBRIGADO FR!

Nova sondagem chega à boleia do Telmo

Está aberta mais uma sondagem do Chuto de Letra, desta vez inspirada neste post escrito pelo Telmo, onde ele destaque o papel de Nené no Nacional da Madeira. A pergunta é: O goleador do Nacional, Nené, seria uma boa solução para os grandes?
De registar ainda que esta sondagem se encontra logo no topo da página. Participem!!

Leitores querem Suazo e Cardozo no ataque do Benfica

Terminou a sondagem do Chuto de Letra onde foi perguntado aos leitores, quem deveria jogar no ataque do Benfica: Cardozo, Suazo, ou os dois juntos?
Num total de 15 votos, 7 (48 por cento) dizem que a melhor solução para o Benfica passa por jogar com os dois atletas no 11; 4 (26 por cento) votaram em Suazo tantos quantos elegeram Cardozo.
Confesso que votei em Cardozo, fundamentando esta minha opinião baseado no sistema de Quique que tem apresentado apenas um ponta-de-lança, com Aimar a jogar atrás do homem mais adiantado. Tendo em conta esta sistema, penso que a melhor solução passa por CArdozo, um goleador nato e com sentido de baliza bastante apurado.
Porém, julgo que a solução ideal para este Benfica passa por «imitar» um pouco o FC Porto e jogar com Cardozo na área e Suazo mais descaído pela direita.

O que é Nacional é bom



Bem, este será então o meu post de estreia no Chuto de Letra. Quero começar por agradecer ao meu grande amigo Carlos Saraiva pela oportunidade que me concedeu para dar a conhecer a minha paixão pelo desporto rei e as minhas opiniões sobre o mesmo.

Passemos então ao post. Sim, eu sei que este título está mais que visto, mas não encontro um melhor para definir a excelente campanha do Nacional da Madeira na Liga Sagres. A equipa de Manuel Machado, um treinador que parece destinado a levar os insulares ao sucesso, tem estado em grande, ocupa neste momento a 5ª posição do campeonato e é já uma das mais sérias candidatas a um lugar na Europa. Manuel Machado tem uma equipa bastante jovem, a média de idades é de apenas 23,16 anos, e mesmo assim consegue por a equipa a praticar um futebol maduro, atractivo, como provam os 30 golos marcados até agora, e acima de tudo eficaz.

O líder natural desta equipa é claramente Nené, que com 14 golos em 17 jogos é o melhor marcador do campeonato. Este brasileiro de 25 anos tem larga margem de progressão e já deve figurar com toda a certeza na lista de compras dos grandes clubes portugueses. Outro destaque que dou a esta equipa é Ruben Micael, este jovem madeirense de 22 anos está a assumir-se como o patrão do meio campo nacionalista e tem aliado as boas exibições aos golos, já leva 3 na liga e marcou um na Carlsberg Cup. É na minha opinião um jogador a seguir com atenção.

Claro que estes dois destaques são apenas isso mesmo, destaques, porque como é óbvio, esta equipa do Nacional vale pelo seu todo. Para concluir deixo duas questões: até quando este Nacional conseguirá manter este nível exibicional? E será que Nené vai continuar a fazer balançar as redes adversárias?

Foto: Hélder Santos

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Lisandro: Castigar ou não castigar, eis a questão


Como quase sempre acontece, semana à qual se segue um clássico, deixa normalmente várias situações para debater. O FC Porto-Benfica de Domingo não foi excepção. Depois do 1-1 do Dragão, os encarnados pedem à Comissão Disciplinar da Liga que castigue Lisandro por ter simulado o penálti no lance com Yebda, que resultou no golo do empate.

Vamos então ver o que diz a Lei. O Artigo 122.º, n.º 2, do Regulamento Disciplinar da Liga, diz que um jogador "que provoque uma decisão errada da equipa de arbitragem" por ter "simulado de forma evidente falta inexistente", e que leve à marcação de um penálti "com benefício para a sua equipa na atribuição final dos pontos em disputa", "é punido com pena de suspensão de um jogo na primeira infracção ou de dois jogos em caso de reincidência".

A Lei é clara. Quem simula deve ser castigado. O problema será qual a interpretação a fazer do próprio lance. Lisandro simulou ou não simulou?

No meu entender o lance não é passível de grande penalidade e já aqui o escrevi, mas julgo que não há intenção de Lisandro em simular, porque existe mesmo um toque de Yebda no peito do jogador do FC Porto e, por isso, entendo que a Liga não deve castigar o portista.

Contudo, aceitarei com naturalidade uma opinião contrária dos responsáveis da Liga, porque este é de facto um lance de muito difícil análise, sobretudo por parte de Proença, que na posição onde se encontra, vê claramente o toque de Yebda em Lisandro e daí ter assinalado erradamente a grande penalidade.

E vocês, o que dizem?

FOTO:REUTERS

O jogo que eu vi


Ao longo da semana tenho ouvido e lido diversos comentários, quer nos órgãos de Comunicação Social, quer em vários blogues da especialidade, sobre o que foi o clássico do passado fim-de-semana, entre FC Porto e Benfica. A maioria deles refere quase uma ode ao futebol, ao descrever o que se passou no Estádio do Dragão, alimentada por uma grande exibição do Benfica que se converteu em rasgados elogios à estratégia montada por Quique Flores.

Porém, e já depois de ter revisto o jogo na integra, fico com a ideia que terei assistid0 a um outro jogo. O jogo que eu vi foi uma partida fraca, entre duas equipas muito mais interessadas em não perder do que em ganhar, com o FC Porto a apresentar uns razoáveis 20 minutos, mas ainda assim longe da espectacularidade que alguns apregoam. Após este período o Benfica acertou as marcações a meio-campo e chegou a manietar o FC Porto, que não apresentou soluções diante de um Benfica que tudo fez para não perder o jogo.

Não me lembro de um clássico em que uma das equipas passa largos momentos sem um único ponta-de-lança em campo, tal como fez Quique, quando retirou o apagado Suazo para fazer entrar o sempre inconsequente Di Maria. Confesso que, ao ver o jogo, me lembrei várias vezes do Trofense, que no Dragão, terá feito pouco menos que o Benfica.

Não gostei do jogo. Não gostei de ver o Benfica entrar na casa do rival preocupado em não perder. Não gostei de ver o FC Porto que, em largos momentos, mostrou ter ainda mais medo do que o rival. Não gostei da arbitragem. Não gostei do espectáculo.

Mas, reconheço que posso ter visto mal, uma vez que a opinião generalizada é a de que se tratou de um bom encontro, quando este a única coisa boa que teve foi incerteza no resultado, mas isso, digo eu, têm todos os clássicos.


FOTO: AFP

Agora somos dois...

É com enorme prazer que anuncio que o Chuto de Letra passa a ter a partir de hoje um novo redactor. Trata-se do meu amigo Telmo Filipe, que tal como eu, passará a lançar a discussão aqui no blogue.
Aguentem-se à bronca!

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quique abre a porta


Depois de no início do ano ter dado uma polémica entrevista ao jornal espanhol «AS», o treinador do Benfica, Quique Flores, volta a mostrar-se disposto a abandonar o Estádio da Luz a qualquer momento.

Na dita entrevista ao «AS», Quique havia anunciado a vontade de "abrir a carreira à Europa", de tal modo que já teria aprendido a falar inglês, francês e italiano. Desta feita, o técnico do Benfica conversou com Juan Carlos Rivero, jornalista da TVE, que publicou no seu blog no portal «Terra» uma entrevista com o técnico. Quando o jornalista lhe perguntou qual a perspectiva de um regresso a Espanha, Quique foi claro: "Quando as minhas aspirações coincidirem com as necessidades de uma equipa, em qualquer momento de qualquer temporada". Ou seja, Quique Flores está na disposição de abandonar o Benfica a qualquer momento, desde que do outro esteja uma proposta que lhe interesse.

Confesso que, quando o espanhol foi contratado por Rui Costa, fiquei com grandes expectativas em relação à equipa do Benfica. Além de contratar jogadores de valor, os encarnados tinham finalmente sentado no banco alguém com qualidades e capaz de fazer a diferença, pelo que fui dos primeiros a apontar o Benfica como principal candidato ao título.

Hoje, considero-me desapontado. Como homem do futebol Quique tem sido um exemplo e penso que não é exagero dizer que, desse ponto de vista, marcou o futebol português. Porém, enquanto treinador, tem deixado muito a desejar.

Sete meses depois de ter chegado a Portugal, o Benfica ainda não apresenta um fio de jogo que se entenda, o técnico já arrasou por diversas vezes os jogadores pelo jornais, nomeadamente Reyes e Di Maria, e por duas vezes mostrou vontade de permanecer pouco tempo em Portugal.

Penso que Quique já terá mesmo interiorizado que quer deixar a Luz no final da época e está apenas a abrir a porta, para que lá para o Verão, com ou sem títulos conquistados, a direcção do Benfica lhe faça a vontade.

FOTO: AP/Armando Franca

Nas catacumbas só há estupidez?


O Internacional Board vai realizar o seu 123º encontro anual, a 28 de Fevereiro, no País de Gales. O organismo responsável pela criação das leis do jogo prepara-se para fazer mais um disparate, como aliás é seu timbre. Os sábios do futebol vão sair das catacumbas para tentar criar algo a que deram o nome de «caixas de castigo».

No fundo, trata-se de uma exclusão temporária de um jogador sempre que vir um cartão. Algo semelhante ao que acontece no andebol e no hóquei no gelo, onde o jogador é excluído por dois minutos e se senta numa «caixa de castigo».

Faço desde já votos para que esta medida não seja aprovada. Percebo o que pretendem os anciãos com esta proposta, mas não creio que seja a melhor maneira de fazer valer a disciplina. O futebol é um jogo de contacto e as faltas acontecem com uma certa naturalidade. Temos jogos em que os cartões chegam às dezenas, que seria o número de vezes que uma equipa ficaria reduzida. O pior é que se visse dois cartões enquanto o tempo de uma primeira exclusão ainda estivesse a contar, a equipa ficaria reduzida a 9 e por aí em diante. Não me parece solução, além de se estar a desvirtuar a essência do futebol e a torná-lo mais parecido com outras modalidades.

Curioso, é que estes mesmos senhores se opõem à introdução das novas tecnologias para auxiliar os árbitros nas suas decisões, medida já adoptada em muitos outros desportos. Mas como nas catacumbas parece só morar estupidez, vamos mesmo ter que levar com mais dois árbitros, um atrás de cada baliza.

Quando o fair-play não é uma treta

O jogo entre o Godoy Cruz e o Banfield, da primeira jornada do Torneio Clausura da Argentina, disputado no último fim-de-semana, ficou marcado por um lance muito pouco habitual. A um minuto do fim, com um empate a uma bola no marcador, a equipa visitante dispôs de uma grande penalidade. O guarda-redes do Banfield, Cristian Lucchetti, foi chamado à conversão, mas falhou, porque Nelson Ibáñez, guardião contrário, conseguiu defender o remate. Então, em vez de endereçar rapidamente a bola a um colega, para tentar aproveitar o adiantamento de Lucchetti, o jogador do Godoy esperou que o adversário chegasse à baliza e só depois e seguir o encontro, num raro momento de fair-play. O lance ganha ainda maior relevância pelo facto de o Godoy Cruz estar em risco de descer de divisão.

Na minha óptica, se fosse o guarda-redes do meu clube a proceder desta forma, seguramente ficaria um pouco chateado e até era capaz de lhe chamar alguns nomes impróprios, mas reconheço que Ibáñez deu ao mundo uma enorme lição de fair-play.

E vocês, o que acham?

Contador Scolari


Com a saída de Scolari do Chelsea o futebol vê-se, temporariamente, livre de um dos seus maiores embustes. A fama e a cotação do brasileiro excede de uma forma incrível as suas próprias capacidades. Nunca percebi como um técnico tão mau, conseguiu chegar tão longe, treinando duas das melhores selecções do mundo e uma das maiores equipas de Inglaterra.

A esta hora estão vocês a dizer: Lá está ele a cascar no homem. Não o desminto, Scolari é o meu ódio de estimação no futebol. Se o ministro gosta de malhar na oposição, do que eu gosto mesmo é de malhar no Scolari e, por isso, decidi fazer uma contagem, que poderá ser acompanhada na barra lateral do blogue, onde será registado o número de dias que estaremos livres da sua incompetência.


FOTO: AP/SIMON DAWSON

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

E esta...

O médio Mário Bolatti, emprestado pelo FC do Porto ao Huracán, da primeira divisão argentina, até final da presente temporada, sem direito de opção de compra, brilhou no último fim-de-semana no jogo frente ao San Martín de Tucumán, ao marcar o único golo da partida.
Durante a sua passagem pelo FC Porto, Bolatti nunca se conseguiu impor,. nem sequer mostrar qualquer qualidade que nos levasse a compreender a sua contratação. Certo é que logo no jogo de estreia neste regresso à Argentina fez uma destas...


Goodbye Scolari


Scolari nunca me enganou. Logo que chegou a Londres para treinar o Chelsea, não lhe augurei grande futuro: um treinador que há muitos anos só treinava selecções nacionais dificilmente se adaptaria a treinar uma equipa de clube, ainda por cima num campeonato exigente como o inglês. Além disso, penso que Scolari é um treinador mediano, à semelhança de todos, sim todos, os seus compatriotas. Digam-me um treinador brasileiro que tenha tido grande sucesso na Europa?

Nunca duvidei que a passagem por Inglaterra iria acabar ainda antes do final da temporada. Reconheço que nunca esperei que chegasse ao Natal, mas aqui penso que Scolari voltou a ter sorte. A crise económica afectou e muito a fortuna de Abramovich, que fez de tudo para segurar o técnico, evitando pagar mais uma indemnização milionária. Mas paciência tem limites e o clube inglês anunciou hoje o despedimento do treinador.

Só espero que não se levante, uma vez mais, o mítico movimento saudosista de alguns portugueses em relação a Scolari, e que a sua saída do Chelsea não sirva de argumento para folhetins desestabilizadores do trabalho de Carlos Queiroz à frente da equipa das Quinas.


FOTOS: REUTERS

Clássico: Outra vez a arbitragem...


É comum dizer-se que Portugal é o país onde mais tempo se fala de arbitragem, em detrimento da discussão em torno do que é o jogo. Não podia estar mais de acordo com esta afirmação, porém, penso que tudo tem um motivo. Em Portugal passamos horas, dias, semanas, meses e às vezes anos a discutir as arbitragens porque semana sim, semana também, os senhores do apito nos brindam com exibições escandalosas.

O clássico de ontem não podia ter sido diferente. Tudo começou logo na nomeação de Pedro Proença. Tanto se fala em credibilizar o futebol, mas Vítor Pereira, sempre no seu melhor, decide nomear, para aquele que podia ser o jogo do ano e numa altura em que a arbitragem está sob suspeita, um ex-atleta do Benfica. Não quero dizer que Pedro Proença tenha errado por este motivo, até porque a meu ver prejudicou as duas equipas, mas a sua nomeação é uma atitude que dá margem para que se levantem suspeitas. Neste caso, o próprio árbitro deveria ter sido protegido.

Condicionado ou não, a verdade é que Pedro Proença esteve mal no clássico. Tudo começou logo aos 18' minutos, quando Reyes comete grande penalidade sobre Lucho, que não se deixou cair e procurou seguir o lance. Proença esqueceu-se que nas grandes penalidade nunca há lei da vantagem. Ao minuto 26' Sidnei pisa Lucho num acto de conduta violenta e merecedora de cartão vermelho, novo erro grave do árbitro. A culminar a sucessão de erros grosseiros está o lance ocorrido aos 70 minutos, que resulta na grande penalidade que acabou por ditar o empate final. Lisandro arrancou do flanco esquerdo e procurava flectir para o meio, tentando encontrar uma aberta para o remate, quando entra na área, é certo que recebe um toque no peito de Yebda, mas penso que não terá sido o suficiente para grande penalidade. Convém, no entanto, ressalvar que há mesmo um toque de Yebda em Lisandro, ao contrário do que já vi escrito em vários jornais. Da posição em que se encontra Pedro Proença, penso até natural que tenha julgado o lance como faltoso, mas na realidade cometeu mais um erro grosseiro e com influência no resultado.


FOTO: AFP

Braga é que é!


Numa jornada marcada pelo clássico FC Porto-Benfica, acabou por ser o Sporting de Braga a dar o verdadeiro espectáculo em Alvalade, onde venceu por três bolas a duas e encurtou distâncias para o trio da frente.

Honra seja feita à legião minhota e ao seu treinador, Jorge Jesus, que não fosse uma série de arbitragens habilidosas nos encontros com os grandes, e estaria na liderança com uma confortável vantagem sobre os eternos candidatos ao título nacional.

Este Braga merecia muito mais. Mais respeito por parte dos árbitros, da imprensa e dos próprios adeptos, porque é a única equipa que joga futebol espectáculo em Portugal.

Este encontro serviu para provar mais uma vez a minha teoria em relação aos comandados de Paulo Bento. O Sporting tem um bom plantel e não se pode dizer que esteja mal orientado, mas época após época, insiste em falhar nos momentos decisivos. Ontem voltou a provar que é uma equipa sem estaleca.


FOTO: Reuters

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Cardozo ou Suazo?

Está aberta a nova sondagem do Chuto de Letra, onde perguntamos aos nossos leitores quem deve ser o ponta-de-lança do Benfica: Cardozo ou Suazo?

Penso que numa altura em que o hondurenho, grande aposta de Rui Costa para a frente de ataque do Benfica, tem passado por um momento mau em termos de rendimento, é oportuno colocar a questão.

Do meu ponto de vista Cardozo é muito melhor ponta-de-lança do que Suazo. É um típico homem de área com grande sentido de baliza, algo que muitas vezes falta ao jogador que veio emprestado pelo Inter de Milão. Apesar de ter menos tempo de utilização do que Suazo, o paraguaio é mesmo o melhor marcador dos encarnados na Liga, somando 5 golos em 13 jogos, enquanto que o hondurenho leva 4 em 10 partidas. Estes são os motivos que me levam apostar em Cardozo para ponta-de-lança do Benfica.

Porém, se estivesse no lugar de Quique Flores, a minha aposta passaria por introduzir um 4-3-3, semelhante ao utilizado pelo FC Porto, com Reyes à esquerda, Cardozo no meio e Suazo sobre a direita, mas com via aberta para aparecer no lugar do ponta-de-lança e fazer a diferença, graças à sua velocidade e forte leitura de jogo, através de boas desmarcações.

E vocês, o que dizem?

FOTOS: AP/Armando Franca e REUTERS

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Velocidade: A chave do clássico?


FC Porto e SL Benfica disputam amanhã aquele que pode ser considerado como o jogo do ano em Portugal. Os dois primeiros da tabela classificativa têm passado o campeonato a brincar ao gato e ao rato, disputando a liderança, enquanto o Sporting vai perdendo oportunidades de se chegar à frente.

As duas equipas jogam amanhã grande parte das expectativas da época e a chave do vencedor poderá estar na velocidade. É sabido que os portistas têm provavelmente a equipa mais rápida do campeonato do meio-campo para a frente, mas do outro lado poderá estar também a defesa que maior velocidade possui.

Digo poderá, porque só assim o será se Quique Flores escalar para o seu quarteto defensivo aqueles que são os defesa mais rápidos de Portugal. Falo de Maxi, Sidnei, Miguel Vítor e David Luiz. Entendo que esta será a melhor defesa para se opor ao melhor ataque da prova. Deste modo, Luisão terá que ficar de fora, algo que não acredito que o técnico espanhol venha a fazer.

Não percebo a predilecção de Quique, que à imagem dos seus antecessores, insiste em colocar o internacional brasileiro a titular. Nunca fui fã de Luisão. Tacticamente é o pior central encarnado, é demasiado lento e penso que a sua altura aliada a um bom jogo de cabeça, nunca poderá ser suficiente para ser titular de uma equipa como o Benfica.

O outro factor que me leva a ter esta opinião tem nome e chama-se Hulk. O jogador mais rápido e explosivo da Liga Sagres vai com certeza ter instruções para aparecer muitas vezes na zona de Luisão, que será assim obrigado a cometer muitas faltas para o travar, correndo o risco de ser expulso.

Sendo verdade que o Benfica também possuiu um tridente atacante bastante veloz, este problema já não se coloca do ponto de vista dos portistas, porque neste aspecto, Bruno Alves, Rolando, Fucile e Cissokho, não ficam em nada a dever a Suazo, Reyes e Di María.

Penso que temos tudo para ter um clássico vibrante e com muitas ocasiões de golo, assim como acredito que a velocidade será a chave deste duelo, que pode decidir muita coisa na luta pelo título.

Leitores querem demissão de Vítor Pereira


Depois de alguns dias de inactividade devido a motivos profissionais, o Chuto de Letra regressa ao activo para dar conta dos resultados da nossa última sondagem.

À pergunta: Vítor Pereira deve demitir-se? Responderam 19 leitores, sendo que 11 (58%) pedem a demissão do presidente da Comissão de Arbitragem da Liga e 8 (42%) entendem que Vítor Pereira deve continuar a exercer funções.

O equilíbrio da votação prova que este é de facto um tema que divide opiniões. Porém, a minha é a de que Vítor Pereira deve dar o lugar a outro, embora reconheça que seja complicado encontrar uma alternativa credível.

As suas recentes afirmações são a prova de um homem que está desorientado. É certo que Vítor Pereira não tem culpa da incompetência dos árbitros, nem do abandono a que foi deixado pelo presidente da Liga, mas não pode dizer que ao contrário dos clubes, não pode contratar reforços no Inverno, nem dizer às pessoas para ficarem em casa.
FOTO:DR

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mais um escândalo


Para variar, lá tenho eu que voltar a escrever sobre situações que nada dignificam o futebol. Com a chegada do mercado de Inverno, a correria dos clubes na procura de melhores soluções para os respectivos planteis intensifica-se. Apesar da crise económica, que provocou uma redução no número de negócios nesta altura da temporada, alguns clubes aproveitaram para fazer alguns reajustamentos.

Foi o caso do Vitória de Setúbal, que inscreveu cinco novos atletas: Filipe Brigues (lateral direito, ex-júnior); Marc Zoro (central, cedido pelo Benfica); Florent Aziri (avançado, ex- FC Oberneuland); Pawel Kieszek (guarda-redes, ex-Sp. Braga) e Joeano (avançado, ex-Beitar Jerusalem).

Ou seja, um clube que vive uma profunda crise financeira, cuja continuidade está seriamente ameaçada e que acumula salários em atraso, faz cinco contratações. Bem sei que Kieszek e Zoro foram emprestados por Sp. Braga e Benfica, respectivamente, que deverão ficar com a obrigação de pagar o salário dos atletas. Mas e os outros três? Joeano não deverá ser um jogador tão barato como isso! Onde foi a direcção do Vitória sadino arranjar dinheiro para estes negócios? A venda de Cissokho dará para tanto?

A mim parece-me uma irresponsabilidade de quem dirige o clube, e é bom que a Liga comece a pensar em fazer algo para evitar estas situações. Trata-se de concorrência desleal para com outros emblemas, que apesar das dificuldades, conseguem cumprir as obrigações, para além de ser mais um atentado à verdade desportiva.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A seguir vai o Restelo?


O adversário do Benfica na meia-final da Taça da Liga será o Vitória de Guimarães, depois do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol, ter hoje rejeitado o recurso do Belenenses, depois da polémica criada em torno do regulamento da competição que estabelece o «goal average» como sistema de desempate, que a Liga interpretou mas como diferença de golos.

Não concordo com esta decisão, embora já estivesse à espera dela. A Liga meteu água ao fazer o regulamento e a decisão do CJ é um autêntico roubo que estão a afazer ao Belém, depois da equipa de Jaime Pacheco já ter sido prejudicada pela arbitragem no jogo com o Benfica.

Desta forma, apetece perguntar: Com tanto roubo, será que da próxima vão levar o Estádio do Restelo?!
FOTO:DR

Quaresma quer mostrar de que é feito... e nós queremos saber


"Estou muito feliz. O melhor que pode acontecer a um jogador é actuar em grandes clubes. Tive muita sorte em ir para o Inter e agora estou agradecido ao mister Scolari e a todos aqueles que tornaram esta transferência possível. Quero jogar o melhor que possa para ajudar o Chelsea a atingir os seus objectivos, porque tudo o que quero é mostrar as minhas qualidades e do que sou feito". Estas foram as primeiras palavras de Ricardo Quaresma como jogador do Chelsea, depois de ter seguido para Inglaterra por empréstimo do Inter de Milão.

Custa-me sempre escrever sobre Quaresma. Primeiro porque sou um grande admirador das suas qualidades, segundo porque irrita qualquer um ver tanto talento e genialidade seguirem para o balde do lixo - neste caso Bidão de Ouro.

Volto a reafirmar que Quaresma tem tudo para ser melhor do que Cristiano Ronaldo, porque tem muito mais talento puro que o jogador do Manchester, mas teima em desaproveitá-lo, porque lhe falta um terço da vontade que o melhor do mundo tem para trabalhar.

Quaresma diz que vai mostrar de que é feito, eu espero que ele nos mostre que consegue afirmar-se e que não será mais um talento a terminar a carreira numa qualquer Naval 1º de Maio.


FOTO: AP/ANTONIO CALANNI

Devia era levar cinco...


A Liga Portuguesa de Futebol Profissional divulgou, nesta terça-feira, o mapa de castigos relativos à última jornada das competições profissionais. Conforme esperado, o lateral do FC porto, Fucile, foi punido com um jogo de castigo, face à expulsão frente ao Belenenses. O jogador fica assim afastado da meia-final da Taça da Liga, frente ao Sporting, mas estará apto a defrontar o Benfica no próximo Domingo, em partida da Liga.

É claro que Fucile forçou a expulsão para poder actuar diante do Benfica, acto que se tem visto muitas vezes nos campos de futebol espalhados pelo globo. Penso que nestes casos os jogadores deveriam ser severamente punidos, embora reconheça a dificuldade que seria regulamentar uma situação deste tipo, por ser complicado enquadrar o acto propositado. Também é verdade que o jogador poderia simplesmente cometer uma falta mais dura sobre um adversário de modo a cumprir os seus objectivos e ver o cartão que mais lhe convém, mas nestes casos confesso que gostaria de os ver levar cinco jogos.

É um acto legal é certo, mas é também uma forma de adulterar a verdade desportiva.


FOTO: REUTERS

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Onde pára o espectáculo?


Nota introdutória: Este é um post sobre futebol.


O Chuto de Letra esteve inactivo nos últimos dois dias, muito por causa de, no passado sábado, ter trocado as bancadas dos estádios de futebol, pelas do Coliseu do Porto, onde assisti a um magnifico espectáculo, proporcionado pelos Kaiser Chiefs. Não, não me refiro ao clube da Liga principal da África do Sul. Falo de uma das melhores bandas da nova geração do pop/rock britânico.

Não tenho dúvida que os Kaiser Chiefs, liderados pelo enérgico Ricky Wilson, deram no passado sábado um dos mais animados concertos do ano - dose que terão repetido ontem em Lisboa - e que, apesar de só ainda estarmos em Fevereiro, ficará na lista dos melhores de 2009.
Tal como o futebol, a música é na sua essência motivo de festa e alegria, mas quando os Kaiser sobem ao palco esta premissa ganha novo fulgor, pois os britânicos transformam qualquer concerto num intenso fogo-de-artifício, sempre comandados por um Ricky Wilson que sabe puxar pelo público.

À imagem de Messi, o cantor delicia com estonteantes dribles sobre os próprios «companheiros de equipa», sempre acompanhados de fantásticos pulos de energia que parecem não ter fim. Com ele em palco a pressão é sempre alta, os passes são sempre feitos verticalmente na procura da baliza - leia-se público -, o que se traduz num manancial de «jogadas de perigo», que acendem os rastilhos para explosões de euforia vindas da bancada.

No Porto, o vocalista dos Kaiser Chiefs teve a assistência na palma da mão, desde o primeiro minuto de «Spanish Metal», até ao final apoteótico de «Oh My God». Pelo meio, foi sacando vários coelhos da cartola - «Ruby»; «You Want History»; «Good Days Bad Days»; «Na Na Na Na Naa»; «Never Miss A Beat»; «I Predict A Riot» «Can't Say What I Mean» - culminando com um monumental «TribunaDiving», quando Ricky Wilson surpreendeu todos e subiu a uma tribuna para depois se atirar para a multidão, num momento incrível de «crowd surfing».

Não será propriamente das coisas mais fáceis de fazer, mas a Invicta estava conquistada, como ficou provado nos momentos que antecederam o Encore, com o Coliseu inteiro a cantar «Angry Mob» a plenos pulmões, como que celebrando uma qualquer histórica vitória da selecção nacional numa competição internacional.

Tudo isto durou uma hora e 20 minutos pelo preço de 35 euros. Sim, paguei 7 contos na moeda antiga para ver um espectáculo de entretenimento incrível, bem menos do que para assistir a alguns dos pobres desafios da nossa Liga. No final, ficou apenas aquela memorável experiência. Não houve casos de arbitragem; não estive sentado num lugar desconfortável, à mercê das intempéries; não tive que levar com promessas de grandes jogadores, que afinal só cá vieram gozar uma reforma antecipada; não ouvi desculpas esfarrapadas da Liga para justificar um qualquer regulamento estranho e melhor que tudo, só perdeu quem não viu, porque os vencedores estavam encontrados à partida - todos aqueles que se deslocaram ao mítico Coliseu.

É esta a sensação que me fez adorar o futebol, mas que há já alguns anos deixei de sentir quase de cada vez que deixo um estádio. Não há espectáculo, não há entretenimento. Só uma névoa que retira todo o brilho que, tal como as actuações dos Kaiser Chiefs, o futebol deve ter.


FOTO: Luís Rocha Graça