O último fim-de-semana foi animado por mais um clássico, e que clássico. Espectáculo, emoção e golos, muitos golos. A incerteza no marcador foi sempre um aliciante que apimentou, e de que maneira, as incidências de uma partida que ninguém conseguiu largar antes do último apito do árbitro. Afinal, quem teve oportunidade de ver o jogo, assistiu certamente ao encontro do ano.
Normalmente é assim, sempre que Atlético de Madrid e Barcelona se encontram. Um regalo para os olhos dos espectadores, um verdadeiro hino ao futebol. Entre estes dois não há medo de perder o jogo, não existem tácticas defensivas e os jogadores apresentam-se na disputa de cada lance como se fosse o últimos das suas carreiras.
Desta o Atlético venceu por 4-3 e vingou os 6-1 sofridos em Barcelona na primeira volta, mas o verdadeiro vencedor foi o público que se deslocou ao Estádio. A equipa da Catalunha até mostrou vontade de resolver a coisa cedo e à meia hora já ganhava por 2-0, mas os madrilenos não estiveram pelos ajustes, reduziram a desvantagem e mesmo quando Henry fez o 3-1 não baixaram os braços e tiveram força para dar a volta e conquistar uma importante vitória que reabilita o adversário do FC Porto na Champions.
Ao longo da transmissão televisiva houve algo que retive na memória. Faltavam cerca de 10 minutos para os 90 quando o comentador revela um dado estatístico que penso que diz tudo sobre este jogo: "Neste momento já foram feitos 27 remates à baliza". Sublinho o à baliza.
Em Itália também houve clássico e dos bons. Menos exuberante do que o espanhol é certo, mas mesmo assim um enorme espectáculo de futebol. Inter e Roma empataram 3-3, sendo que os romanos cedo se viram a vencer por 2-0. Ao intervalo Mourinho deve ter dito das boas aos seus jogadores, que voltaram ao relvado determinados em evitar a derrota. A Roma ainda chegou ao 3-1, mas o campeão italiano soube sofrer e procurar a felicidade que acabou por lhe ser concedida por um herói improvável, o argentino Crespo.
Foram de factos dois jogos enorme e que valeram a pena ver, ao contrário do que por cá se passou no último sábado. FC Porto e Sporting no Dragão, com o campeonato ao rubro e a estourar de emoção. Na ementa estavam ainda os artistas. Moutinho, Liedson e Izmailov de um lado, Hulk, Lisandro e Lucho do outro. Os ingredientes estavam lá, podia ter sido servido um grande prato, mas tudo o que as equipas quiseram do jogo foi não perder. Objectivo cumprido com o 0-0 final, porém e, como quase sempre acontece, quem joga para o empate, normalmente perde. Foi o que aconteceu no Dragão. O Sporting perdeu a oportunidade de se colocar a um ponto da liderança, o FC Porto de reduzir a disputa pelo título a dois.
Resumindo, em Espanha e Itália os clássicos foram enormes, em Portugal, foi uma enorme seca.
FOTO:AP
1 comentário:
Quando as equipas se preocupam mais em se anular, do que em criar, normalmente é isto que dá.
Entre os derbies e os clássicos desta época, fo sem dúvida o pior jogo de todos.
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