quarta-feira, 13 de maio de 2009

A grande vitória de Jesualdo Ferreira


Depois de Lippo Herczka (Benfica, 1935, 1936 e 1937), Randolph Galloway (Sporting, 1950, 1951 e 1952), Bella Guttmann (FC Porto, 1958, Benfica 1959 e 1960) e Jimmy Hagan (Benfica, 1970, 1971 e 1972) terem comemorado um tricampeonato pessoal, em 2008/09 chegou a vez de Jesualdo Ferreira entrar no lote, com a particularidade de ser o primeiro treinador português a alcançar tal feito.

Porém, na minha opinião, esta não foi a grande vitória de Jesualdo Ferreira. Não foi tão pouco ter conseguido transformar uma equipa que, em Outubro todos eram unânimes em afirmar que era mais fraca, tinha piores jogadores e como tal não chegaria sequer perto do título. A grande vitória do técnico portista foi conseguida fora do campo e já depois de ter entrado na história, ao conquistar o seu «Tri» e o «Tetra» para os Dragões. Aconteceu em plena conferência de imprensa, quando o técnico foi surpreendido por vários jogadores do plantel, levando Jesualdo a finalizar a conversa com os jornalistas.

Estava Jesualdo Ferreira a falar sobre a continuidade no clube na próxima época quando Hulk, Tomás Costa, Rodriguez, Raul Meireles e companhia tomaram de assalto a sala de imprensa, entoando «Campeões, allez! Campeões, allez! Campeões, allez», ao mesmo tempo que davam mais um banho de champagne no técnico.

Quando um dia se fizer a história desta conquista portista esta será a imagem que vai ilustrar o texto. Num momento de rara beleza, o técnico portista deve ter-se sentido, naquele momento, o maior treinador do mundo, ao ser reconhecido por aqueles que mais lhe são próximos. A acrescentar a tudo isto, vários elementos do plantel foram unânimes em atribuir ao seu treinador o grande mérito pela chegada ao título e pela forma como o grupo evoluiu como equipa, exigindo ainda a sua continuidade.

É caso para dizer que esta seria a altura ideal para Jesualdo Ferreira abandonar o FC Porto e talvez até a carreira de treinador. Sairia em grande, com três títulos no bolso, uma excelente campanha europeia e quem sabe com mais uma Taça de Portugal. Abandonaria também com o reconhecimento que ao longo de tantos anos de futebol nunca teve.



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