Finalmente o futebol

Depois da densa névoa que se abateu sobre o futebol português nas últimas semanas, com o espectáculo a ser sucessivamente afectado por escandalosos erros de arbitragem e por jogos de paupérrima qualidade, eis que conseguimos finalmente ver um bom encontro.

Não é normal fazer análises aos jogos no Chuto de Letra, mas o grande desafio que foi o FC Porto-Leixões merece algumas linhas. Excelente atitude das duas equipas, que se empenharam ao máximo na luta pela vitória, o que resultou num jogo extraordinariamente rápido e disputado, com um punhado de boas ocasiões de golo, quer para um lado, quer para o outro.

Uma palavra especial para a equipa de José Mota, quem em largos períodos do jogo subjugou os tricampeões nacionais, obrigando os homens de Jesualdo a correr muito para recuperar o esférico. Merecia mais este Leixões, jogou olhos nos olhos e provou que, apesar de ter empatado os últimos quatro encontros do campeonato, é uma equipa que sabe jogar bom futebol. Exemplos destes fazem falta ao futebol português.

Em termos individuais não posso deixar de destacar as exibições de Beto - se para o ano não estiver num grande é porque anda meio mundo a dormir -, Bruno China - subscrevo o que disse de Beto - e Hugo Morais, para além de Zé Manel e Diogo Valente.

Relativamente ao FC Porto houve mais vontade do que discernimento para fazer as coisas bem, o que resulta do facto de na equipa titular estarem seis habituais suplentes. De sublinhar também o fraco jogo de Hulk. Não foi a noite do brasileiro quase tudo lhe saiu mal - a equipa ressentiu-se disso também - e fez provavelmente o pior jogo desde que está no Dragão. Ao contrário de Mariano, que terá feito os melhores 90 minutos com a camisola azul e branca. Muito bem, quer a atacar, quer a defender. Acabou por ser o herói improvável ao resolver o jogo logo0 aos 5 minutos. Em resumo, foi um dos melhores jogos da época.

Quero também destacar o trabalho do árbitro João Ferreira. Uma pedrada no charco naquilo que têm sido as últimas prestações da arbitragem. Conduziu sempre bem o jogo, só precisou de mostrar três amarelos para o controlar e teve um critério largo quanto baste, contribuindo e muito para a qualidade do jogo. Que sirva também de exemplo aos colegas.

FOTO:DR