Está a decorrer no Japão o Mundial de Clubes, no qual o campeão europeu Manchester United é o grande favorito. Confesso que não sou nada admirador desta prova e que gostava muito mais da extinta Taça Intercontinental, que colocava frente-a-frente o Campeão da Europa e o Campeão Sul-Americano.
Este Mundial de Clubes não proporciona grandes espectáculos e, salvo raras excepções, será sempre discutido entre os campeões supracitados, porque os restantes campeões continentais não têm qualidade para se opor ao futebol europeu e sul-americano. A prova não proporciona receitas extraordinárias que, quanto a mim, justifiquem a sua execução e traz apenas desgaste acrescido e viagens longínquas à equipa que representa a Europa do futebol.
Talvez fosse mais proveitoso realizar este tipo de competição com mais equipas e num intervalo entre o Campeonato Mundial de Selecções e os Europeus, talvez de três em três anos e durante o Verão. Também seria positivo se fosse organizado rotativamente pelos vários continentes, para que todos pudessem tirar partido.
Até os jogadores não escondem alguma contrariedade com as datas escolhidas para a prova e o inglês Paul Scholes, um dos mais experientes jogadores dos «red devils» foi claro ao comentar o estado de espírito da equipa: "É uma grande competição, que queremos vencer, mas obviamente que preferíamos ficar em Inglaterra, jogar no fim-de-semana para a Liga e evitar uma sobrecarga de jogos em Janeiro." O médio acrescentou ainda que a ida ao Japão "é daquelas coisas que não se podem evitar, conseguimos ganhar a Liga dos Campeões e isso leva-nos a cumprir obrigações que preferíamos não ter."
Parece-me claro que ninguém gosta muito deste Mundial de Clubes e que o melhor seria mesmo colocar um ponto final nesta competição, o que digo eu, não deverá demorar muito a acontecer.
3 comentários:
Também não vejo grande interesse nesta competição.
Discordo. O interessa deveria residir em tentar dar maior visibilidade à competição e que os clubes europeus a começassem a ver como ela merece. O grau de divulgação da competição é praticamente nulo, anda-se a discutir se os clubes europeus devem levar os melhores jogadores ou não, coisas deste tipo não favorecem a competição. A questão é haver vontade ou não em tornar o Mundial de Clubes mais apetecível.
Acho de todo o interesse para o desenvolvimento do futebol que os campeões não europeus e sul-americanos tenham a possibilidade de disputar um torneio deste tipo. Os continentes mais desenvolvidos futebolisticamente devem pensar mais global, olhando menos para o seu próprio umbigo.
Isto em nada vem beliscar a extinta Taça Intercontinetal, que era um troféu de que eu gostava, mas à qual também nunca foi dada a importância que era suposto ter.
Caro Bruno Pinto, antes de mais bem-vindo ao Chuto de Letra. Quanto ao comentário, como digo no texto, a ideia da competição até pode ser boa, mas para resultar penso que terão que ser equacionadas diversas mudanças.
Neste momento, os clubes europeus têm mais a perder do que a ganhar com o Mundial de Clubes.
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