quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O que é feito de... Mustapha Hadji


Na rubrica «O que é feito de...» trago hoje a história de Mustapha Hadji, jogador marroquino que passou pelo Sporting nas temporadas 996/97 e 97/98.

Hadji foi um talentoso médio marroquino, que também jogava a extremo direito, que deixou saudades à massa associativa leonina. Actuava com raça, preferencialmente a nº10 já que o lugar de extremo direito estava reservado a Pedro Barbosa (aliás o seu número de camisola era mesmo o 10). Fez uma primeira época de grande nível, sendo que a meio da segunda época rescindiu por problemas com a direcção e com o ordenado que recebia.

Mustapha Hadji emigrou com a família para França, primeiro para Saint-Etienne, depois para Monceau e finalmente para Creutzwald. Foi aqui que começou a jogar e o primeiro contrato que assinou foi com o Nancy em 1991. Fez 5 épocas de grande nível, realizando 124 jogos e marcando 31 golos e chegando em 1993 à selecção de Marrocos, depois de se ter recusado a alinhar pela França. Foi ao Mundial de 1994, jogando nos 3 jogos disputados pela sua selecção. Surgiu no final da época o interesse do Sporting para o qual se transferiu em 1996, sob o comando de Robert Waseige.

Estreou-se no Campeonato Nacional, logo na 1º jornada, na difícil vitória por 3-1 em casa do Sporting de Espinho, marcando um golo e cotando-se como um dos melhores elementos da equipa.

Na época seguinte, o Sporting regressava à Liga dos Campeões, sob o comando de Octávio Machado. Hadji começou a pré-época a todo o gás, marcando golos nos amigáveis com Lourinhanense, PSG e Académica. O jogador marroquino realizaria 9 jogos no Campeonato sem marcar golos. Na Taça de Portugal não jogaria e seria na Liga dos Campeões que iria brilhar, ao disputar 7 jogos concretizando 2 golos, falhando apenas o jogo da última jornada da fase de grupos contra o Lierse.

Porém, nos finais de Novembro, Hadji manifestou à direcção do Sporting o desejo de ver o seu ordenado aumentado, por achar que o que ganhava devia ser equiparado ao que outros ganhavam, sem jogar o que ele jogava. Perante a intransigência dos dirigentes leoninos, Hadji accionou uma cláusula do seu contrato que permitia a sua saída caso aparecesse um clube interessado. Esse clube foi o Deportivo da Corunha e assim Hadji partiu no mercado de Inverno.

No Deportivo fez o resto da época de 1998, a alto nível, chegando a vencer o prémio de futebolista africano do ano e sendo convocado para a selecção de Marrocos que marcou presença no Mundial desse ano. Hadji alinhou nos 3 jogos, marcando 1 golo no empate (2-2) com a Noruega.
Regressou com uma lesão ao Deportivo e foi praticamente descartado por Irureta, que parece que deixou de confiar no jogador. Sairia no final da época para o Coventry de Gordon Strachan, para ser figura de proa juntamente com Chippo e ajudar o clube a garantir a permanência na Premier League. Na época seguinte, Hadji continuaria a ser figura principal da equipa, mas o Coventry desceu de divisão.

Não seria esquecido por clubes da Premier League e transferiu-se para o Aston Villa, depois de ter disputado 62 jogos e marcado 12 golos com a camisola do Coventry. Ficou em Birmingham durante duas épocas e meia, onde seria pouco utilizado, conseguindo apenas um total de 35 jogos e 2 golos. No mercado de Inverno de 2004, saiu rumo ao Espanhol onde permaneceria apenas até Junho do mesmo ano, disputando 16 jogos e marcando 1 golo, ajudando a equipa, numa época atribulada em que terminou no 16º lugar da Liga Espanhola.

Posteriormente rumou aos Emirados Árabes Unidos, para o Al Ain e em 2005 regressou à Europa, para disputar 2 épocas na 2ª Divisão Alemã ao serviço do Saarbrucken, onde realizou 54 jogos, marcando 10 golos. Em 2007, foi para o Luxemburgo jogar no seu actual clube, o CS Fola Esch, que disputa a Divisão de Honra daquele país, ajudando com 25 jogos e 17 golos a equipa a classificar-se no 3º lugar falhando, contudo, a subida de divisão.

Na selecção marroquina, da qual se retirou em 2004 após uma má Taça das Nações Africanas, disputou um total de 54 jogos marcando 13 golos.

Hadji é o exemplo perfeito de um bom jogador, que não sendo craque, foi muito mal aproveitado em Portugal.

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