segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Maniche: Talento e raça


Maniche é daqueles jogadores que não me canso de admirar. No futebol moderno é o que se pode chamar um «box-to-box», função que cumpre como (muito) poucos. Penso mesmo que com as características do jogador português não haverá outro igual. É de destacar a sua qualidade de passe, visão de jogo e a sua capacidade de rematar de média e longa distância. Tacticamente é quase perfeito e percebe na plenitude quando deve atacar e quando deve defender.

E pensar que esteve quase a perder-se um exemplo perfeito de talento raça, quando ainda no Benfica foi relegado para a equipa B. Porém, o FC Porto e José Mourinho acreditaram nele e lançaram-no para a berlinda do futebol mundial, com as conquistas europeias de 2003 e 2004.

Contudo, a carreira do médio tem sido marcada pelo óptimo e pelo muito mau. Saiu do FC Porto em 2005, para jogar no Dínamo de Moscovo e no pobre campeonato russo. Claramente o dinheiro falou mais alto, mas acredito que se tivesse permanecido no Dragão, ou mesmo se tivesse saído para um clube mediano de uma Liga importante, poderia ter chegado mais longe.

Depois veio o Chelsea onde nunca se afirmou e seguiu-se o Atlético de Madrid onde confirmou todas as suas potencialidade assumindo-se como patrão do meio campo. Porém, Maniche com o seu feitio algo controverso quase deitou tudo a perder e o desentendimento com o técnico Aguirre ditou a saída. O destino foi o Inter de Milão, mas no futebol italiano, curiosamente aquele que me parece que assenta como uma luva nas qualidade de Maniche, o médio voltou a desiludir.

Esta época regressou aos colchoneros onde se tem destacado como uma das pedras mais influentes da equipa que vai defrontar o FC Porto nos «oitavos» da «Champions». Quando visitar o Dragão certamente será ovacionado pelos portistas e talvez nessa altura já tenha renovado a ligação ao Atlético. Quem diria...



Foto: Reuters

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