Não sabe a generalidade dos leitores que eu, Carlos Saraiva, sofro, infelizmente, de miopia. Miopia é o nome alternativo ou popular dado ao erro de refracção da luz no olho cujo nome técnico é hipometropia que acarreta uma focalização da imagem antes desta chegar à retina. Uma pessoa míope consegue ver objectos próximos com nitidez, mas os distantes são visualizados como se estivessem desfocados. Por sofrer deste mal uso naturalmente óculos, objecto que considero uma das maiores invenções da humanidade. Para um míope, as lentes são um grande amigo que possibilitam que consigamos ver o Mundo focado, tal como ele é na realidade.
Tem sido discutido ao longo dos anos o porquê dos árbitros de futebol cometerem tantos erros no julgamento dos lances, uma das possibilidades avançadas pelos «especialista» é a de que os juízes são míopes e, por isso, vêem mal, o que faz com analisem erradamente durante os desafios. Como sabemos, em Portugal, os chamados casos de arbitragem acontecem semana sim, semana também. Se alguns são compreensíveis e só possíveis de analisar com recurso às câmaras de televisão, outros há - a maior parte - em que é tão evidente o que acontece, que parece impossível que só o árbitro não tenha visto, ou tenha visto, de maneira diferente da generalidade dos «especialistas».
Na última semana, devido a um acidente, não tive a companhia desse meu inseparável amigo - refiro-me aos óculos - o que me fez andar todos os dias com umas terríveis dores nos olhos, impossibilitando-me de ver as partidas deste fim-de-semana com a visão ideal, mesmo em partidas transmitidas pela televisão.
Porém, até eu, que asseguro-vos, sem óculos quase não vejo um palmo à frente do nariz, consegui observar diversos lances que deveriam ter sido punidos pelos árbitros com vermelho directo, bem como umas grandes penalidades claras, que ficaram por assinalar.
Contudo, nalguns casos nem falta foi assinalada e deixo alguns exemplos: no Estrela da Amadora-FC Porto, ao minuto 40, fica uma grande penalidade por assinalar contra o E. Amadora quando Hugo Carreira dá um soco na bola quando Lisandro cabeceia; no mesmo encontro, no minuto 49, Fucile agarra Ndiaye dentro da área quando este pretendia chegar à bola, ficando uma grande penalidade por assinalar; no FC Porto-Marítmo, durante o decorrer da segunda parte Fernando Cardozo agrediu a soco Rolando na área do Marítimo, ficando um vermelho por mostrar, não havia motivo para penalti, porque a bola estava fora do terreno; já hoje, no Benfica-Nacional, durante a primeira parte, Jorge Ribeiro sofre uma falta dura, salvo erro de Alonso, com o árbitro a assinalar a infracção, mas a esquecer-se de expulsar o madeirense; minutos depois foi Yebda que tentou arrancar a perna a um nacionalista, não conseguiu, mas a falta existiu e era motivo para vermelho, o árbitro nem assinalou uma coisa, nem outra.
Posto isto, se eu, um míope assumido, consegui ver estes casos e alguns mais, que os árbitros, que não sofrem deste problema, não conseguiram, considero provado que os juízes portugueses não sofrem, de facto, de miopia. Por outro lado fico bem mais preocupado, porque apenas significa que a sua incompetência não tem limites.
3 comentários:
falta mencionar hoje o golo limpinho anulado ao Benfica
lol
erram em grande parte das vezes porque querem acomodar o jogo ou por sacanagem mesmo, só pode, há erros escandalosos
Enviar um comentário