O Sporting de Braga perdeu injustamente esta noite em Milão, por 1-0, num encontro em que foi muito melhor que o AC Milan, teve as melhores situações de golo, resistiu a tudo durante 93 minutos, mas Ronaldinho com um grande pontapé, colocou a bola no ângulo da baliza de Eduardo e deu a vitória aos italianos em cima do apito do árbitro.
Contudo, este post não é sobre a derrota bracarense, mas sim sobre o homem por trás da equipa. Falo naturalmente do técnico Jorge Jesus.
Durante anos não lhe foi reconhecido todo o valor e competência que sempre demonstrou ter e foi a muito custo, que chegou ao primeiro escalão do futebol nacional, tendo começado a carreira na III Divisão.
Jorge Jesus é uma «pedrada no charco» do futebol português, quer na forma como prepara as suas equipas, mas também no contacto com a Comunicação Social.
Em Milão, no inferno de San Siro, o Braga entrou em campo da mesma forma que sempre o faz na Liga, em 4-4-2 losango, sendo que os interiores, Alan e César Peixoto, devido à sua formação como extremos, são muito ofensivos, fazendo com que a equipa jogue muitas vezes com quatro avançados.
A pautar o jogo esteve, como sempre, Luís Aguiar que é o maestro duma equipa que cumpre perfeitamente os mais básicos ensinamentos do jogo. Quando não tem a bola, defende alto, quando a recupera só pensa em atacar, sempre de forma objectiva.
Jorge Jesus não abdicou dos seus princípios, mesmo diante de uma enorme parada de estrelas e obrigou Anceloti a meter «a carne toda no assador».
A equipa é o reflexo do seu treinador e, por isso, nunca se intimidou, apresentando uma tranquilidade enervante para o adversário e mostrando credenciais para seguir na UEFA.
Bem haja Jorge Jesus por proceder desta forma, que contrasta com o que é habitual nos treinadores das equipas portuguesas, quando se deslocam a Milão, Madrid, Manchester, Barcelona e Londres, onde se perdem em adaptações estranhas, tentando apenas tapar os caminhos da sua baliza, posturas defensivas e pouca ou nenhuma ambição.
O Braga perdeu, é certo, mas a Europa começa a perceber que em Portugal, não há só José Mourinho.
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