Estamos no dia 24 de Maio de 2009, Domingo no qual se disputa a última jornada da Liga Sagres. O Leixões de José Mota recebe no Estádio do Mar o Marítimo e precisa de uma vitória para fazer história no futebol português e conquistar o título.
São 17h45 quando chego a casa vindo do trabalho e corro a ligar a televisão na Sportv 1. A caminho de casa ouço na Rádio que o Benfica está a vencer, no Estádio da Luz, o Belenenses por esclarecedores 3-0.
No Mar o jogo entra nos descontos e um teimoso nulo ameaça tirar o sonho às gentes de Matosinhos.
É então que Beto segura um remate de Baba e lança imediatamente a bola na frente, onde está Diogo Valente a receber sobre a esquerda. Com um toque subtil o extremo faz a bola passar sobre Miguelito e envia o esférico para Chumbinho - um médio ofensivo brasileiro que ganhou protagonismo na equipa, após as saídas de Braga e Wesley no mercado de Janeiro – este recebe de pé direito e em velocidade ultrapassa os centrais do Marítimo, ficando na cara de Marcos e com um desvio atira a contar.
Estamos no final do período de descontos e Bruno Paixão nem deixa a bola vir ao meio campo.O jogo termina na altura em que na Luz, Reyes amplia para 4-0, mas já é tarde. A festa rebentou no Estádio do Mar, José Mota é levado em ombros pelos jogadores e nas bancadas, as gentes de Matosinhos entoam o cântico «Campeões, Campeões, nós somos Campeões»…
É neste momento que ouço ao longe o despertador. Não estamos mais a 24 de Maio de 2009, é antes o dia 23 de Novembro de 2008 e tenho que me dirigir para o trabalho.
O Leixões não é campeão nacional, mas lidera a Liga com quatro pontos de avanço sobre o Benfica, que tem menos um jogo, depois de um vitória sofrida em Vila do Conde. Wesley e Bruno China marcaram e continuam a alimentar um sonho que tem comandado o Leixões, que a cada jornada que passa ganha mais «adeptos».
É o meu caso… que bom seria se a 24 de Maio de 2009, com outros artistas, a história tivesse o seu epílogo no início deste texto.
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